O peso argentino destacou-se como a moeda de maior valorização em 2024, em termos reais, fortalecendo a imagem do presidente libertário Javier Milei, mesmo diante de dúvidas sobre a sustentabilidade econômica do país.
Entre janeiro e novembro, a moeda registrou um aumento de 44,2% frente a uma cesta de moedas de seus principais parceiros comerciais, já considerando a inflação anual de três dígitos da Argentina.
Esse desempenho superou amplamente a lira turca, segunda colocada, que valorizou 21,2% no mesmo período, de acordo com dados do Banco de Compensações Internacionais analisados pela consultoria GMA Capital.
Além da taxa de câmbio oficial, essa alta também foi refletida nos mercados paralelos – tanto legais quanto clandestinos – onde os argentinos buscam dólares devido às restrições no acesso à cotação oficial.
A valorização trouxe alívio à população, especialmente após anos de desvalorização constante. O salário médio no país praticamente dobrou, alcançando US$ 990 (aproximadamente R$ 6.130) na cotação paralela entre dezembro de 2023 e outubro de 2024. No entanto, a manutenção da força do peso tem custado caro.
O Banco Central da Argentina enfrenta dificuldades para reconstruir suas reservas de moedas estrangeiras, que estão quase esgotadas, devido ao gasto de dólares para sustentar o valor do peso.
Segundo Martín Rapetti, diretor do think-tank Equilibra, a taxa de câmbio média dos últimos 54 anos no país foi de 1.510 pesos por dólar, ajustada pela inflação. Atualmente, o valor está em torno de 1.050 pesos por dólar, o que reforça o questionamento sobre a viabilidade desse modelo. E mais: Âncora da CNN fica ferido em tentativa de assalto em São Paulo. Clique AQUI para ver. (Foto: reprodução vídeo; Fonte: Folha de SP)