Trump diz que Brasil ‘taxa demais’ e promete ‘reciprocidade’ na imposição de tarifas

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O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, mencionou nessa segunda-feira (16) o Brasil como um exemplo de país que aplica tarifas alfandegárias elevadas sobre produtos americanos. Trump prometeu adotar um tratamento semelhante em relação às exportações estrangeiras.

“Nós vamos tratar as pessoas de forma muito justa, mas a palavra ‘recíproco’ é importante. A Índia cobra muito, o Brasil cobra muito. Se eles querem nos cobrar, tudo bem, mas vamos cobrar a mesma coisa”, declarou Trump durante uma entrevista coletiva em Mar-A-Lago, sua residência em Palm Beach, na Flórida.



Desde sua campanha eleitoral, Trump tem reiterado planos de aumentar as tarifas sobre produtos chineses e implementar novas cobranças para outros países. O republicano afirmou que essas medidas tornarão os EUA mais prósperos, minimizando os riscos de alta na inflação, mesmo com o aumento nos custos de produtos essenciais, como os utilizados na indústria automotiva.

“Não tivemos aumento da inflação [no primeiro mandato] e impomos muitas tarifas em várias coisas, no aço. Nosso país está em déficit com todo mundo”, disse Trump, acompanhado de Howard Lutnick, indicado para liderar a política comercial do novo governo.



Em setembro, grandes siderúrgicas americanas pediram a aplicação de tarifas antidumping sobre importações de aço de dez países, incluindo o Brasil. No início de dezembro, Trump também declarou que impedirá a venda da U.S. Steel para a japonesa Nippon Steel.

“O presidente [Trump] tem uma agenda muito clara em relação às tarifas e acho que reciprocidade é algo que será crucial para nós”, disse Lutnick. “A forma como somos tratados é a mesma forma com a qual vocês [outros países] devem esperar ser tratados”, completou.



Trump também destacou que pretende impor tarifas de 25% sobre produtos do México e do Canadá assim que assumir a presidência, além de elevar em 10% as taxas sobre produtos chineses. Segundo ele, a medida é justificada pela falta de ações efetivas no combate à imigração ilegal e ao tráfico de drogas para os Estados Unidos.

Nos últimos dias, Trump também ameaçou tarifar em 100% os países do Brics caso o bloco avance na criação de uma moeda alternativa ao dólar. “Exigimos que esses países se comprometam a não criar uma nova moeda do Brics nem apoiar qualquer outra moeda que substitua o poderoso dólar americano, caso contrário, eles sofrerão 100% de tarifas e deverão dizer adeus às vendas para a maravilhosa economia norte-americana”, afirmou Trump em novembro em sua rede social, Truth Social.



O desenvolvimento de um sistema de pagamentos em moedas locais é uma das prioridades do Brasil no Brics. O país, que assume a presidência do bloco em 2025, busca reduzir a dependência do dólar em transações internas e fortalecer a atuação do Novo Banco de Desenvolvimento, liderado pela ex-presidente Dilma Rousseff. Clique AQUI para ver.



Durante a coletiva, Masayoshi Son, CEO do SoftBank, também anunciou um investimento de US$ 100 bilhões nos Estados Unidos ao longo dos próximos quatro anos. Segundo ele, o montante deve gerar cerca de 100 mil empregos no país.

“Meu nível de confiança na economia dos EUA aumentou tremendamente com a vitória dele”, disse Son. “Negócios são importantes, tecnologia é importante, mas eu realmente espero que o presidente Trump leve paz ao mundo mais uma vez”. Assista abaixo!



 

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