O clima entre a Casa Branca e o Federal Reserve voltou a esquentar. Nesta sexta-feira (18), Kevin Hassett, assessor econômico do governo dos Estados Unidos, afirmou que o presidente Donald Trump e seus auxiliares estão avaliando a possibilidade de demitir Jerome Powell, presidente do Fed (o banco central americano).
“O presidente e sua equipe continuarão a estudar o assunto”, declarou Hassett a jornalistas, ao ser questionado sobre uma possível exoneração.
A fala veio logo após novos ataques de Trump a Powell, que se intensificaram na quinta-feira. Pelas redes sociais, o ex-presidente acusou o chefe do Fed de “fazer política” ao não cortar a taxa de juros e afirmou que teria o poder de destituí-lo “muito rapidamente”.
Em tom crítico, escreveu: “A saída de Powell não poderia estar demorando mais” e comparou a condução da política monetária americana com a do Banco Central Europeu (BCE), cobrando uma atuação mais agressiva por parte do Fed.
Trump afirmou ainda que Powell “deveria ter reduzido a taxa de juros, como o BCE, há muito tempo, mas certamente deveria reduzi-la agora”. Desde dezembro, a taxa básica do banco central norte-americano está entre 4,25% e 4,50%, após uma série de cortes no fim do ano anterior.
O estopim para as declarações do ex-presidente foi o discurso de Powell na última quarta-feira, durante um evento no Clube Econômico de Chicago. Na ocasião, ele reforçou que “a independência do Fed é amplamente compreendida e apoiada em Washington e no Congresso, onde realmente importa”. Em resposta, Trump voltou à carga: “Powell está sempre atrasado e errado”, dizendo ainda que o pronunciamento foi “outra e típica bagunça completa!”.
Apesar da pressão política, a legislação atual impõe limites à remoção de dirigentes do Fed. Os sete membros da diretoria têm mandatos de 14 anos, nomeados pelo presidente e confirmados pelo Senado. A presidência do banco central é renovável a cada quatro anos. Powell foi reconduzido ao cargo por Joe Biden em 2022 e seu mandato atual vai até maio de 2026.
A regra vigente estabelece que um diretor do Fed só pode ser demitido por “justa causa”, o que exige comprovação de conduta inadequada. No entanto, uma decisão da Suprema Corte dos EUA pode alterar esse entendimento. Um caso pendente pode revisar o precedente de 1935, que protege diretores de agências reguladoras contra demissões arbitrárias pelo presidente. E mais: Verstappen pode trocar Red Bull com salário bilionário financiado pela Arábia Saudita. Clique AQUI para ver. (Foto: reprodução redes sociais; Fonte: Folha de SP)