A coronel da Polícia Militar do Distrito Federal, Cíntia Queiroz de Castro, declarou nessa terça-feira (27), em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), que os atos às sedes dos Três Poderes no dia 8 de Janeiro de 2023 poderiam ter sido evitados caso o plano de segurança elaborado por ela tivesse sido devidamente executado.
“Se o protocolo tivesse sido cumprido à risca, o 8 de Janeiro com certeza não teria acontecido”, afirmou a oficial, que atuava como subsecretária de Ações Integradas da Secretaria de Segurança Pública do DF à época dos acontecimentos.
Apesar da afirmação, Cíntia não deu detalhes sobre os motivos que impediram a aplicação total do Protocolo de Ações Integradas, documento que ela mesma elaborou para orientar a atuação das forças de segurança durante os protestos em Brasília.
A coronel foi convocada como testemunha de defesa do ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres, réu no processo que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado no fim de 2022.
Durante seu depoimento, a militar afirmou não ter informações exatas sobre o caráter ou a dimensão dos atos, tampouco sabia se eles seriam pacíficos ou violentos. Segundo ela, os dados disponíveis foram repassados a seu superior imediato, Fernando de Sousa Oliveira, em uma reunião.
Sousa Oliveira, que assumia interinamente o comando da segurança no DF enquanto Torres viajava para os Estados Unidos, foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por omissão durante os atos.
Além de ser ouvida no STF, Cíntia Queiroz já havia prestado depoimentos à Polícia Federal e à Comissão Parlamentar de Inquérito instaurada pela Câmara Legislativa do DF. Em todos, manteve a mesma versão.
O STF ouviu nessa terça-feira (27) as testemunhas arroladas por Anderson Torres. Entre os depoentes estavam Braulio do Carmo Vieira, Luiz Flávio Zampronha, Djairlon Henrique Moura, Caio Rodrigo Pelim, Saulo Moura da Cunha, Fabricio Rocha, Marcio Nunes, Alessandro Moretti, Marcos Paulo Cardoso, Victor Veiga Godoy e a própria Cíntia Queiroz de Castro.
Eles negaram a Alexandre de Moraes que Torres tenha orientado a Polícia Rodoviária Federal (PRF) a fiscalizar veículos com destino ao Nordeste durante o segundo turno das eleições de 2022.
Torres e o então diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, são acusados de montar barreiras com o objetivo de dificultar o acesso de eleitores às urnas naquela região.
Os depoimentos de testemunhas do processo devem continuar até o dia 2 de junho. Nesta semana, também prestarão esclarecimentos indicados por Jair Bolsonaro, o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira e o general Walter Braga Netto. E mais: Anatel faz operação em depósitos Amazon, Mercado Livre e Shopee. Clique AQUI para ver. (Foto: EBC; Fonte: Poder360)