Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou um pedido feito por deputados conservadores para investigar o ex-presidente Luiz Inácio. A ação foi protocolada na Suprema Corte pelas falas do petista, no começo deste mês, em que afirmou que, em vez de ir a Brasília fazer atos públicos, os trabalhadores e movimentos sindicais deveriam “mapear” o endereço de cada deputado e comparecer em sua porta, com um grupo de 50 pessoas, para “incomodar” a sua “tranquilidade”. As informações são de O Globo.
Os parlamentares monstraram que a manifestação de Lula foi antidemocrática e que ele “praticou o crime previsto de incitação à abolição violenta do Estado Democrático de Direito e perseguição”. Eles também solicitaram também que o petista fosse obrigado a manter distância mínima de 300 metros de “qualquer parlamentar, de suas residências, e da sede do Congresso Nacional, bem como de manter contato com qualquer parlamentar, como medida de garantia da segurança e estabilidade do Poder Legislativo”.
A decisão
Lewandowski alegou que Lula não tem foro privilegiado no STF atualmente. Também acredita que a matéria jornalística citada no pedido de investigação feito pelos deputados “se limita à transcrição de alguns poucos fragmentos de declarações supostamente proferidas durante evento de caráter político eleitoral, de resto, totalmente descontextualizadas”. Assim, isso não é suficiente, na visão do Ministro, para concluir que podem ser atribuídos supostos crimes a Lula.
A fala de Lula
“Agora, é engraçado que a gente não aprendeu, com o movimento que a gente tem, a fazer pressão na cidade onde as pessoas moram. Os deputados têm casa. Eles moram numa cidade. Nessa cidade tem sindicalista, professor, metalúrgico, bancário, pedreiro, tem quase todas as profissões que estão representadas aqui.
Se a gente pegasse e mapeasse o endereço de cada deputado e fosse 50 pessoas na cada do deputado, não para xingar, para conversar com ele, com a mulher dele, com o filho, incomodar a tranquilidade dele, eu acho que surte muito mais efeito do que a gente vir fazer a manifestação em Brasília”.
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