Sergio Moro: “Como acusar Bolsonaro, com Lula passeando por aí com o relógio Piaget ?”

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O senador Sergio Moro (União Brasil – PR) concedeu entrevista à edição desta semana da Revista Veja, na qual abordou diversos assuntos, como Lava-Jato, ‘8 de Janeiro’, Lula e Bolsonaro.

Após o temor de perder o mandato como aconteceu com Deltan Dallagnol (ex-procurador da Lava-Jato), Sergio Moro atribui ao “revanchismo” a tentativa de cassar seu cargo no Sendo, que foi enterrada por unanimidade pelo Tribunal Superior Eleito.

Sobre o indiciamento do ex-presidente no caso das joias sauditas, avalia que o ato da Polícia Federal foi “prematuro” e pede “parcimônia” e cuidado com “acusações que não serão compreendidas pela sociedade”.

Ele comparou as investigações sofridas pelo ex-presidente Bolsonaro com os presentes recebidos por Lula, quando presidente. Veja abaixo alguns trechos da entrevista, assista ao vídeo ao fim da reportagem e clique AQUI para ler na íntegra.

Veja: O que o senhor achou do indiciamento dele pela Polícia Federal no caso dos presentes sauditas?
Moro: “As joias, por seu valor elevado, deveriam ter sido incorporadas ao patrimônio da Presidência. No entanto, Lula e Dilma também tiveram problemas dessa espécie e jamais foram acusados de peculato. O que havia era uma controvérsia jurídica sobre se os bens deveriam ir para o acervo pessoal ou presidencial. O caso de Lula passou pelas minhas mãos e não teve acusação desse tipo, pois não houve uma intenção criminosa. Como acusar Bolsonaro de se apropriar indevidamente das joias com Lula ao mesmo tempo passeando por aí com o relógio Piaget (presente recebido do então presidente francês Jacques Chirac em 2005) no pulso? Temos que tomar cuidado com essas investigações para evitar o acirramento da polarização com acusações que não serão compreendidas pela sociedade.”

Veja: O senhor acha que não há, então, embasamento suficiente para indiciar o ex-presidente?”
Moro: “O indiciamento feito pela PF foi prematuro e seria mais apropriado tratar a questão como uma infração administrativa, incorporando joias e relógios ao patrimônio público. Mas isso ainda vai passar pelo crivo da Procuradoria-Geral da República e do Supremo, que, espero, ajam com parcimônia.”

Veja: Como o senhor avalia a condução dos inquéritos que apuram os atos antidemocráticos pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF?
Moro: “As invasões e a depredação de patrimônio público em 8 de janeiro foram deploráveis. Mas participei da CPMI do Congresso sobre esse tema e não houve elementos que autorizassem a conclusão de que aquilo foi um plano organizado. Se existem, estão eventualmente sendo apurados em investigações. O fato é que até hoje eles não apareceram. Por mais que seja necessária uma sanção àqueles atos criminosos, há uma avaliação de que houve, em casos específicos, um apenamento extremamente rigoroso. Na linha para a pacificação do país, e até pensando na situação de justiça individual, seria oportuno que houvesse uma revisão dessas penas para baixo pelo próprio Supremo, se possível.”

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