O Kremlin alertou neste sábado (13) que a decisão de instalar mísseis americanos de longo alcance na Alemanha pode transformar as capitais europeias em alvos para a Rússia. Em entrevista a uma emissora local, o porta-voz Dmitry Peskov (foto) mencionou um “paradoxo” no qual “a Europa se torna um alvo para nossos mísseis, e nosso país é um alvo para os mísseis dos EUA na Europa”.
“Temos capacidade suficiente para conter esses mísseis, mas as vítimas em potencial são as capitais desses países”, advertiu Peskov ao canal de televisão estatal russo Russia 1.
Quando o âncora Pavel Zarubin mencionou que a Guerra Fria terminou com o colapso da União Soviética, Peskov sugeriu que o confronto poderia prejudicar a Europa como um todo. “A Europa não está vivendo seu melhor momento. Em uma configuração diferente, uma repetição da história é inevitável.”
Durante a cúpula da OTAN em Washington, EUA e Alemanha anunciaram que irão iniciar a instalação de armas de longo alcance americano na Alemanha a partir de 2026, como forma de dissuasão. O comunicado afirmou que o plano inclui a implantação de mísseis SM-6, mísseis Tomahawk e armas hipersônicas em desenvolvimento, o que aumentará o alcance dos projéteis atualmente implantados na Europa. “O exercício dessas capacidades avançadas demonstrará o compromisso dos Estados Unidos com a OTAN e suas contribuições para a dissuasão integrada europeia”, disse a Casa Branca.
O Kremlin reagiu no dia seguinte, condenando a decisão e denunciando um “retorno à Guerra Fria”, referindo-se ao confronto entre a extinta URSS e os Estados Unidos, marcado pela crise dos mísseis europeus no final da década de 1960 e na década de 1980, desencadeada pela instalação de mísseis soviéticos e, posteriormente, americanos na Europa com capacidade nuclear.
O secretário de Defesa russo, Andrei Belousov, e o chefe do Pentágono, Lloyd Austin, conversaram por telefone para tratar da redução do risco de “possível escalada”, informou Moscou na sexta-feira. O Pentágono enfatizou “a importância de manter as linhas de comunicação” com a Rússia em meio ao conflito na Ucrânia, que tem sido apoiado pelas potências ocidentais desde que Moscou lançou uma operação militar em fevereiro de 2022.
Esse contexto de tensões crescentes entre as potências militares sugere que o diálogo e a diplomacia serão cruciais para evitar uma nova escalada e assegurar a segurança regional e global. E mais: Trump deixa comício ferido após sons de tiro. Clique AQUI para ver. (Foto: Tass; Fonte: O Globo)