Em discurso de despedida, Rosa Weber diz que rezou com Alexandre de Moraes e presos do ‘8 de Janeiro’

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A ministra Rosa Weber presidiu, nesta quarta-feira (27), a última sessão no comando do Supremo Tribunal Federal (STF). Nomeada pela ex-presidente Dilma Rousseff em 2011, Rosa deixará o tribunal nos próximos dias ao completar 75 anos e se aposentar compulsoriamente.

No discurso de despedida, a ministra destacou os atos golpistas de 8 de janeiro. Ela lembrou que, pela primeira vez na história, a sede da Corte foi invadida e depredada. Rosa afirmou que o episódio mostrou que a “democracia ficou inabalada”.

“Inabalada restou nossa democracia, como inabalável continua, simbolizada neste plenário inteiramente restaurado. Ficou a advertência, cabe a todos a defesa intransigente da democracia constitucional”, afirmou.

Rosa Weber disse ainda que teve a oportunidade de conhecer o país ao visitar presídios, quilombos e terras indígenas.

“A partir dos trabalhos desenvolvidos, mais e melhor conhecer esse Brasil de tantos brasis, esse Brasil plural, de tantas desigualdades e mazelas e, ao mesmo tempo, de tantas belezas e de riquezas de toda ordem”, concluiu.

Amanhã (28), em substituição a Rosa Weber, o ministro Luís Roberto Barroso tomará posse no cargo de presidente da Corte.

Um dos momentos mais ‘curiosos’ de sua fala de despedida foi quando disse ter feito uma oração com o ministro e colega Alexandre de Moraes e os presos do ‘8 de Janeiro’. Ainda de acordo com ela, Moraes teria sido “muito aplaudido” pelos presos. Assista abaixo!

 

Trajetória
Rosa Weber tomou posse em dezembro de 2011. Ela entrou na vaga deixada pela aposentadoria da ministra Ellen Gracie, primeira mulher a ser nomeada para a Corte, em 2000.

Weber foi indicada pela ex-presidente petista Dilma Rousseff. Antes de chegar ao Supremo, a ministra fez carreira na Justiça do Trabalho, onde iniciou como juíza trabalhista no Rio Grande do Sul e chegou ao cargo de ministra do Tribunal Superior do Trabalho (TST).

Durante sua passagem pela Corte, a ministra se destacou pelo voto proferido a favor da descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação e a manifestação contra o habeas corpus preventivo para evitar a prisão de Lula, em 2018.

Nesta semana, na função de presidente do ‘Conselho Nacional de Justiça’ (CNJ), Rosa articulou a aprovação da resolução para ampliar a promoção de mulheres na magistratura.

No CNJ, a ministra também retomou a realização de mutirões carcerários (em que 22 mil presos foram soltos no Brasil; clique AQUI para ver) e visitou territórios indígenas, além de lançar a primeira Constituição em línguas indígenas.

Vaga aberta
A vaga deixada por Rosa Weber deverá ser preenchida por indicação de. Lula Não há prazo para a nomeação.
Após a definição do nome, o indicado precisará ser aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e pelo plenário da Casa. Em seguida, a posse será marcada. Um dos cotados é o Ministro da Justiça, Flávio Dino.

Com a saída de Rosa, o plenário da Corte será composto, ainda que temporariamente, por apenas uma mulher, a ministra Cármen Lúcia. O cenário pode ser alterado a depender da indicação de Lula, apesar do petista dizer esta semana que ‘gênero e raça’ não serão critérios para sua escolha.


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Fonte Agência Brasil
Foto: reprodução vídeo

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