Depois de seis mandatos consecutivos no Congresso, o deputado licenciado Rodrigo Maia (PSDB) desistiu de concorrer novamente ao Legislativo e abriu caminho para sua irmã gêmea, Daniela Maia (PSDB), que deixou a presidência da RioTur. Recentemente, ela e o pai, Cesar Maia, ex-governador do Rio de Janeiro (foto acima), assinaram ficha de filiação do PSDB.
Maia chegou a se licenciar do governo paulista, mas, na última segunda-feira (4), reassumiu o cargo de secretário de Projetos e Ações Estratégicas. Em entrevista ao jornal Estadão, no Palácio dos Bandeirantes, o ex-presidente da Câmara disse que segue como coordenador do plano de governo de João Doria, pré-candidato tucano ao Planalto. Para ele, que rejeita o rótulo de terceira via, o PSDB deve se posicionar como partido de centro-direita. Confira abaixo alguns trechos da entrevista.
Por que desistiu de tentar o 7° mandato de deputado?
Quero uma experiência fora do Legislativo. Tive a experiência com Doria e agora com o Rodrigo [Garcia], que é meu amigo, e vejo a possibilidade de ajudar no governo dele. Quero aprender mais sobre gestão e orçamento público para no futuro ter outros desafios na política ou no setor privado.
Como avalia os encontros de tucanos como FHC, Aloysio Nunes e outros com Lula?
Como todos foram para a oposição ao Bolsonaro, que é considerado uma direita não democrática, isso confundiu a cabeça do eleitor. Se você olhar o cruzamento de pesquisas na avaliação positiva de Doria, vai ver que o Lula tem 40% das intenções de voto. Nacionalmente, nosso eleitor tem hoje mais restrição ao Bolsonaro do que vontade de apoiar uma candidatura fora da polarização. Temos que dizer aos eleitores que se decepcionaram com Bolsonaro que temos uma alternativa que não seja o PT e a volta ao passado.
O sr. não gosta do termo terceira via?
Não tem terceira via. O eleitor de centro pode decidir a eleição, mas não é majoritário no processo eleitoral em nenhuma democracia. A polarização comanda o processo político brasileiro desde 1994.
A tendência então é a polarização se repetir este ano?
Se nós não entendermos que o nosso campo é à direita do Lula, estaremos fora do segundo turno. Não é fácil ocupar esse espaço porque estamos no campo da direita com o Bolsonaro à nossa direita. Precisamos buscar esse 1/3 do eleitor do presidente Lula que não sairá com ele sendo agredido.
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