Uma reunião virtual da Executiva Nacional do Cidadania, antigo Partido Popular Socialista (PPS), chegou ao fim no último sábado, 19, com a vitória de um grupo composto por 13 líderes que buscam, pela primeira vez desde 1992, substituir a direção do partido.
Além da definição dos vencedores, a ‘live’, também foi marcada por xingamentos, acusações acaloradas e vozes elevadas.
Entenda
A presidência da agremiação vinha sendo ocupada por mais de três décadas pelo ex-deputado federal Roberto Freire.
A possibilidade de uma mudança na liderança se torna viável através da implementação de uma resolução aprovada no mesmo sábado por uma votação de 13 a 10. Essa resolução determina que o Diretório Nacional do partido deverá deliberar sobre a eleição de uma nova Executiva Nacional no dia 9 de setembro. A recente alteração estatutária impede que Freire se reeleja.
Os confrontos entre o presidente e os demais dirigentes decorrem das divergências quanto ao direcionamento do partido.
Embora o Diretório Nacional do Cidadania tenha decidido apoiar o governo Lula no decorrer deste ano, a bancada de cinco deputados federais anunciou independência em relação a essa decisão. Esse grupo almeja uma aliança com o Partido Liberal (PL), liderado por Jair Bolsonaro, e com o presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), que exerce controle sobre os deputados por meio da distribuição de recursos financeiros.
Outro ponto de conflito é que líderes importantes do partido expressam descontentamento com a aliança estabelecida com o PSDB, que permitiu ao Cidadania manter seu tempo de propaganda eleitoral na televisão e acesso a fundos partidários, mas é apontada como motivo para a desfiliação de três senadores desde março do ano passado.
Durante a reunião, Freire argumentou que a antecipação das eleições para uma nova Executiva Nacional seria uma tentativa de expulsá-lo do partido.
No calor da reunião, Freire ordenou aos dirigentes presentes que “calassem a boca” e, em meio a gritos, cometeu um deslize ao expressar que desejam retirá-lo da “presidência da República”.
No vídeo que registra o embate, é possível ouvir trocas de acusações e insultos como “caudilho”. O ex-deputado federal Daniel Coelho saiu em defesa de Freire, chamando um dos dirigentes de “picareta” e “vagabundo”. Assista abaixo!
“Cala boca, caudilho, vagabundo”, barraco marca racha no partido controlado há 31 anos por Freire; veja vídeos e detalhes na Coluna do Estadão https://t.co/drgrCeva1N pic.twitter.com/7itYCTxmQk
— Coluna do Estadão (@colunadoestadao) August 20, 2023
Ao término da reunião, Nonato Bandeira, dirigente do Cidadania na Paraíba, acusou Freire de ter arruinado o partido e destacou que, devido à falta de compostura, ele perdeu a capacidade de liderar a agremiação (vídeo abaixo). Bandeira afirmou: “Mantenha a compostura de um presidente. Você perdeu a compostura e quem a perde não está apto a liderar”, dirigindo-se a Freire.
Nonato Bandeira, dirigente do Cidadania na Paraíba, disse que Roberto Freire, presidente da sigla, perdeu a condição de liderar o partido: “Tenha compostura”. Veja detalhes e vídeos na Coluna do Estadão. https://t.co/drgrCeva1N pic.twitter.com/mxDSvwq7mI
— Coluna do Estadão (@colunadoestadao) August 20, 2023
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