Randolfe vai ao STF por bloqueio bancário, busca e apreensão e requisição de celular dos familiares e do presidente Bolsonaro

direitaonline



Randolfe Rodrigues (Rede-AP) protocolou no Supremo Tribunal Federal (STF) pedido para que seja investigada a compra de imóveis supostamente com dinheiro em espécie por familiares do presidente Jair Bolsonaro (PL). (veja mais abaixo).

Na ação, o sanador pede medidas extremas como bloqueio de contas e busca e apreensão dos celulares e computadores utilizados pelos compradores. O parlamentar é um dos coordenadores da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pela Presidência. Ele também alega que é de “interesse público” saber a origem do dinheiro utilizado nas transações. “O salário de um parlamentar não justifica esse patrimônio milionário. Por isso, é direito de todos os brasileiros a transparência sobre o uso indevido do dinheiro público”, afirmou.

Entenda
Nessa quarta-feira (31), o portal UOl divulgou reportagem com título midiático “Metade do patrimônio do clã Bolsonaro foi comprada em dinheiro vivo”. Mas quando se lê a reportagem, percebe-se que há mais título do que conteúdo.

Segundo o UOL, “Quase metade do patrimônio em imóveis do presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) e de seus familiares mais próximos foi construída nas últimas três décadas com uso de dinheiro em espécie, de acordo com levantamento patrimonial realizado pelo UOL. Desde os anos 1990 até os dias atuais, o presidente, irmãos e filhos negociaram 107 imóveis, dos quais pelo menos 51 foram adquiridos total ou parcialmente com uso de dinheiro vivo, segundo declaração dos próprios integrantes do clã. As compras registradas nos cartórios com o modo de pagamento “em moeda corrente nacional”, expressão padronizada para repasses em espécie, totalizaram R$ 13,5 milhões. Em valores corrigidos pelo IPCA, este montante equivale, nos dias atuais, a R$ 25,6 milhões.”

O levantamento considera o patrimônio construído no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Brasília pelo presidente, seus três filhos mais velhos, mãe, cinco irmãos e duas ex-mulheres. Ou seja, 12 pessoas.

Primeiramente, a reportagem usa na mesma reportagem a expressão “dinheiro vivo” e, em seguida, citando documentos, fala em “moeda corrente nacional”. O termo “moeda corrente nacional” tem uma definição mais abrangente, já que engloba não só o dinheiro, mas também o valor depositado em contas correntes. O UOL não crava que foi em dinheiro vivo. Logo no primeiro parágrafo diz que a informação é “segundo declaração dos próprios integrantes do clã”.

Fazendo as contas também, a reportagem indica a negociação, em média, de um imóvel a cada quatro anos. Em números, os R$25 milhões citados na reportagem equivalem à movimentação anual, em valores atualizados, de R$65,1 mil. Até dois imóveis adquiridos pela mãe do presidente, a senhora Olinda, falecida este ano, foi citada na reportagem com a compra de dois pontos comerciais modestos.

Outro ponto importante: a facilidade nos meios de pagamentos é uma condição recente na história. Na década de 90 até o início dos anos 2000 era comum mesmo adquirir bens ou parte de bens pagos em dinheiro. Outra opção era o cheque, mas sempre havia a possibilidade do calote, o que fazia com que muitos proprietários não aceitassem. Mesmo no caso de transferências bancárias elas fica mais comum só a partir de meados dos anos 2000. Essa modalidade também pode ser confundida como “dinheiro vivo” em um momento informal em que se questione a forma de pagamento de um bem.


Fontes: UOL; Diário do Poder; Correio Brasiliense
Foto: Agência Senado

Gostou? Compartilhe!
Next Post

PIB do Brasil tem o 7º melhor desempenho do mundo no 2º trimestre

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil teve o sétimo melhor desempenho entre as principais economias do mundo em 2022 no segundo trimestre de 2022. As informações são de um levantamento da agência de classificação de risco Austin Rating. No segundo trimestre, em que o PIB subiu 1,2% na comparação […]