O deputado Filipe Barros (PL-PR) assumiu nesta quarta-feira (19) a presidência da Comissão de Relações Exteriores (Creden) da Câmara dos Deputados, eleito com 24 votos a favor e 4 em branco.
Em seu discurso, ele defendeu a necessidade de “fazer a democracia voltar a ficar de pé” e exaltou como “heroico” o anúncio de Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que decidiu se licenciar do mandato e permanecer nos Estados Unidos.
Inicialmente cotado para o cargo a pedido do ex-presidente Jair Bolsonaro, Eduardo revelou na terça-feira, 18, que tomou “a decisão mais difícil” de sua vida ao optar por ficar no exterior, alegando temer prisão pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes.
Barros descreveu a escolha de Eduardo como um exílio forçado para escapar de “uma iminente perseguição de suas liberdades”.
“O deputado Eduardo Bolsonaro, meu amigo, que mais recebeu votos para essa Casa na história, se exila para fugir de uma iminente perseguição de suas liberdades e de sua família. É mais um capítulo triste da recente história recente do Brasil, onde a democracia é uma palavra quase sem sentido. Onde um grupo político, nós, a direita, foi escolhido para ser eliminado da vida pública”, declarou.
Sem citar diretamente o STF, ele criticou a “judicialização da política” e acusou um “extremismo da coerção estatal” disfarçado de combate ao extremismo. “Por esse contexto o ato do Eduardo é heroico e deixa mais claro ainda para a comunidade internacional o que está acontecendo no nosso país”, acrescentou.
Em sua fala, ele prometeu diálogo com todos os partidos como marca de sua gestão e destacou a Creden como uma “trincheira” para resgatar a soberania e as liberdades.
“Para que a nossa democracia volte a ficar de pé. A Creden será importante ferramenta institucional para o diálogo com o mundo. Onde poderemos deixar claro que a vontade desta Casa, do povo, é soberana na democracia brasileira”, afirmou.
O PL, maior bancada da Câmara, priorizou a Creden como posto estratégico desde 2023, inicialmente mirando Eduardo, que já a presidiu entre 2019 e 2020.
Atual secretário de relações internacionais do partido, ele mantém laços com a direita global, especialmente aliados de Donald Trump (EUA) e Javier Milei (Argentina), e tem passado boa parte de 2025 nos EUA buscando apoio contra o Judiciário brasileiro.
Com sua permanência no exterior, o comando da comissão quase foi entregue ao líder da oposição, Zucco (PL-RS), mas acabou com Barros para evitar acúmulo de funções.
Em 2024, a Creden foi presidida por Lucas Redecker (PSDB-RS). Além dela, o PL comandará as comissões de Saúde, Agricultura, Segurança Pública e Turismo, aproveitando sua prerrogativa na divisão dos colegiados. E mais: Popó fará luta contra ator no ‘Fight Music Show 6’. Clique AQUI para ver. (Foto: Ag. Câmara; Fonte: Folha de SP)
