
O ex-ministro da Saúde Marcelo Queiroga prestou depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) nessa segunda-feira (26) e relatou o comportamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) logo após ser derrotado nas urnas em 2022. Segundo Queiroga, Bolsonaro estava visivelmente abatido e pouco comunicativo nos dias que se seguiram à eleição.
“Segunda, logo após as eleições, acho que o último dia ao qual ele foi ao planalto. Ele estava triste, claro, como todos nós. Lembrei ao presidente exemplos como o Nixon, Carter que não foram reeleitos e depois ganharam até mais protagonismo”, contou o ex-ministro durante o depoimento.
Ainda de acordo com Queiroga, Bolsonaro chegou a apresentar um quadro de erisipela e passou por um período de grande melancolia.
“Depois estive com o presidente duas vezes no Alvorada, ele teve um quadro de erisipela, entrou num quadro profundo de tristeza, só respondia monossilabicamente, muito cabisbaixo. Cheguei até a me preocupar. Mas ele como um homem forte se recuperou”, afirmou ao ser questionado pelo advogado do ex-presidente sobre encontros pessoais entre os dois.
Queiroga também negou que Bolsonaro tenha feito qualquer menção à suspensão da transição de governo ou à existência de um estado de exceção durante essas conversas. “Não, pelo contrário”, respondeu.
O depoimento de Queiroga integra a retomada dos trabalhos da Primeira Turma do STF no processo que investiga uma possível tentativa de golpe de Estado após o pleito de 2022. O ex-ministro da Saúde foi convocado como testemunha de defesa dos generais Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), e Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil.
Queiroga liderou o Ministério da Saúde entre março de 2021 e dezembro de 2022, sendo o quarto titular da pasta. Estão previstas ao longo da semana outras oitivas, incluindo as de testemunhas ligadas às defesas de Anderson Torres e do próprio Jair Bolsonaro. E mais: Eduardo Bolsonaro reage a investigação de Moraes no STF. Clique AQUI para ver. (Foto: EBC; Fonte: CNN)