O PT colocou como um de seus objetivos estratégicos para o ano fazer o ‘acompanhamento permanente’ das redes sociais da ‘extrema direita’ no Brasil e no mundo. As informações são do Jornal Folha de São Paulo.
Segundo o jornal paulista, o tema será abordado em um seminário nacional de comunicação que o partido fará nas próximas quinta (13) e sexta-feiras (14) em Brasília.
O partido também analisa a contratação de dois ‘especialistas’ em monitoramento de ‘grupos’ nas redes sociais para o trabalho. Esses profissionais já prestaram serviços para a campanha presidencial de Lula (PT) e agora o partido pensa em contratá-los para uma espécie de consultoria sobre o tema. “Não basta mais monitorar essas redes, hoje qualquer programa faz isso. A questão é fazer a análise dos dados, estudar comportamentos, ver o histórico, ter algo mais profundo”, diz o secretário de Comunicação do partido, Jilmar Tatto (foto abaixo).
Pode isso?
O termo ‘monitorar’ é bastante amplo. Mas como explicou Jilmar Tatto, o PT pretende ‘algo mais profundo’ em relação a acompanhar o que a ‘extrema direita’ faz. Seja o que for, quando o governo Bolsonaro simplesmente fez uma relação de jornalistas brasileiros com o objetivo de melhorar o relacionamento com esses profissionais, recebeu uma chuva de críticas e acusações.
O tema chegou até ao STF, em ação apresentada pelo PV, que afirmava que o monitoramento fere as liberdades de expressão, manifestação do pensamento e do livre exercício profissional.
Em seu voto, a relatora do tema, a ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta sexta-feira (4) a favor de proibir o antigo governo de seguir com o simples trabalho.
A ministra disse ainda ser preciso assegurar a liberdade de manifestação política, onde, destacou, se constrói e se desenvolve o regime democrático. “Não se tem como lícita conduta de natureza censória ou voltada a condutas estatais autoritárias e limitadoras da liberdade de expressão, nem se julga válida atuação estatal que dificulte, embarace ou restrinja a atividade intelectual, artística, científica ou profissional, garantida pela Constituição como manifestação do direito fundamental sobre o qual se constrói a democracia”, afirmou.
À época Cármen Lúcia acrescentou ainda que o “uso da máquina estatal” para obter conhecimento específico de informações sobre posturas políticas contrárias ao governo caracteriza “afronta ao direito fundamental de livre manifestação do pensamento”.