Protestos eclodem no leste de Cuba em meio a apagões e falta de comida

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Centenas de cidadãos na segunda maior cidade de Cuba, Santiago, participaram de um protesto público raro no domingo (17), conforme documentado em publicações nas redes sociais e relatos oficiais, levando o presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, a apelar ao diálogo em uma ‘atmosfera de tranquilidade e paz’.

Os manifestantes em Santiago marcharam pelas ruas clamando por ‘energia e comida’, como mostram vídeos compartilhados nas redes sociais, enquanto os apagões em algumas áreas se prolongavam por até 18 horas por dia, ameaçando a segurança dos alimentos congelados e aumentando as tensões na ilha. A escassez de alimentos, combustível e medicamentos tem sido uma realidade para os cubanos, alimentando um êxodo recorde que já viu mais de 400 mil pessoas migrarem para os Estados Unidos.

Díaz-Canel confirmou o protesto em Santiago através da plataforma de mídia social X, anteriormente conhecida como Twitter, imediatamente após sua ocorrência. Ele reconheceu que ‘várias pessoas expressaram sua insatisfação com a situação do serviço elétrico e da distribuição de alimentos’. O presidente também afirmou que as autoridades estão prontas para atender às demandas do povo, ouvir suas preocupações e explicar os esforços em andamento para melhorar a situação, sempre em um clima de calma e paz.

Além disso, Díaz-Canel alertou para a influência de ‘terroristas’ dos Estados Unidos que buscariam incitar novas revoltas. Ele ressaltou que esse contexto poderia ser aproveitado por aqueles que se opõem à Revolução Socialista Cubana para fins ‘desestabilizadores’. A polícia foi enviada a Santiago para ‘controlar a situação’ e ‘prevenir a violência’, conforme relatado pela estatal Cuba Debate nas redes sociais. Não foi confirmado imediatamente se houve detenções durante o protesto.

 

Beatriz Johnson, funcionária do Partido Comunista em Santiago, descreveu os manifestantes na cidade do leste de Cuba como ‘respeitosos’ e receptivos às explicações do governo sobre a escassez de alimentos e energia. Os vídeos compartilhados nas redes sociais sugerem que a manifestação transcorreu de forma pacífica.

A embaixada dos EUA em Havana declarou que estava monitorando os protestos em Santiago e em outros lugares. Enquanto isso, o ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodriguez, criticou os comentários da embaixada dos EUA, atribuindo a ‘situação econômica aguda’ de Cuba ao embargo comercial e às sanções de longa data dos EUA. Rodriguez enfatizou que o governo dos EUA deve se abster de interferir nos assuntos internos de Cuba e de incitar a desordem social.”

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