Foto: reprodução vídeo; Fontes: UOL; Metrópoles
O Movimento Passe Livre (MPL) protagonizou um protesto na tarde desta quarta-feira (10/1) em frente ao Theatro Municipal, no centro da cidade de São Paulo, contestando o recente aumento das tarifas de trens e metrô na região.
A tarifa foi elevada para R$ 5 em 1º de janeiro, representando um acréscimo de R$ 0,60 em relação ao valor anterior de R$ 4,40, que permanecia congelado por três anos.
Segundo o governo Tarcísio de Freitas (Republicanos), o reajuste corresponde a aproximadamente 50% da inflação acumulada desde 2020.
O protesto resultou em 13 detenções nos arredores da Praça da República, no Centro de São Paulo. A Polícia Civil de São Paulo imputou a esses manifestantes os crimes de “corrupção de menor, associação criminosa e abolição violenta do Estado democrático de Direito”, conforme relato do portal UOL.
Estes dois últimos crimes são os mesmos pelos quais participantes dos protestos de 8 de janeiro de 2023 foram condenados, pesando significativamente na duração da pena, a maioria com 17 anos de detenção.
Segundo informações do UOL, por volta das 18h, a PM abordou um grupo de 25 pessoas nas proximidades da Praça da República, na região central. O grupo estava a menos de 500 metros do Theatro Municipal, onde a manifestação estava concentrada. Após revista, todos foram conduzidos ao 3º Distrito Policial, no bairro de Campos Elíseos, para prestar depoimento. Dentre os 25, 12 foram liberados no final da noite, incluindo dois menores de 18 anos. Os outros 13 permaneceram detidos, pois, segundo os policiais, portavam objetos ilícitos.
Segundo o UOL, os adultos aguardavam audiência de custódia, enquanto os seis adolescentes, que estão na Fundação Casa, passariam por oitiva no Ministério Público. Um protesto anterior realizado pelo mesmo grupo no dia 4, em uma caminhada da Avenida Paulista até a Praça Roosevelt, também no centro, não resultou em prisões.
No Boletim de Ocorrência, os policiais militares mencionaram ter encontrado com o grupo objetos como faca, canivete e martelo, além de gasolina, garrafas e gases. Esses itens, combinados “com líquidos inflamáveis, são utilizados em protestos contra agentes públicos”. Conforme o documento, tais substâncias são usadas para impedir a “atuação dos agentes públicos, podendo causar lesões permanentes, morte e também atentar contra os manifestantes pacíficos no local”.
Na delegacia, os PMs afirmaram que uma das pessoas detidas proferiu a frase: “Vocês [a polícia] têm granadas e nós temos gasolina. Vamos pra cima contra esse aumento de tarifa abusivo e contra esse governador autoritário”. No registro da prisão, a polícia também associou a frase “parar a cidade”.
De acordo com o boletim de ocorrência, as 13 pessoas foram autuadas em flagrante. Os crimes de tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito, associação criminosa e corrupção de menores são citados no relatório do boletim de ocorrência — no resumo do registro, o primeiro crime não consta. Tanto o relatório como o resumo do boletim de ocorrência serão avaliados pelo Ministério Público, que decidirá se os suspeitos serão denunciados e por quais crimes. Veja abaixo vídeos do ato divulgado pelo próprio ‘Passe Livre’.
PM tenta impedir a tradicional queima da catraca do MPL em via pública: “NÃO VI PÔR FOGO NA CATRACA!”, grita um PM. “A polícia fez mais vítimas que essa catraca”, rebate uma manifestante.
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Um dos rapazes portava um nunchaku e o que seria um soco inglês artesanal. As armas brancas foram apreendidas pela polícia e jovem foi liberado.
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Aos gritos de “mãos pro alto/ 5 conto é um assalto”, manifestantes sobre o final da Avenida Ipiranga em direção à estação Higienópolis – Mackenzie do metrô
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