Professores e funcionários da administração municipal de São Paulo decidiram paralisar suas atividades nesta quarta-feira (16), em protesto contra a proposta de reajuste salarial apresentada pela gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB). A informação é da Folha de SP.
A mobilização, inicialmente marcada para o próximo dia 25, foi antecipada pela Aprofem (Sindicato dos Professores e Funcionários Municipais de São Paulo), que representa mais de 60 mil trabalhadores, incluindo profissionais da educação e de outras áreas da prefeitura.
O estopim para a antecipação foi o envio, por Nunes, de um projeto de lei à Câmara Municipal propondo um aumento de 2,6% a partir de maio de 2025, seguido por outro reajuste de 2,55% previsto para maio de 2026. A categoria considera a proposta insuficiente e desrespeitosa.
Em resposta, os servidores municipais passaram a reivindicar um reajuste linear de 12,9% para todos os setores, além do aumento do piso salarial para todos os profissionais da educação — e não apenas para professores — com incorporação dos valores aos vencimentos.
A categoria também exige o fim da contribuição previdenciária de 14%, considerada por eles um dos principais entraves à valorização real dos salários.
Em 2 de abril, a Aprofem já havia liderado a primeira paralisação geral do ano. Na ocasião, o prefeito ameaçou punir os servidores que aderirem aos protestos.
“A gente não vai permitir que essas pessoas utilizem de ações políticas partidárias para conturbar o processo pedagógico. Estamos monitorando para fazer a punição daqueles que utilizarem desse tipo de recurso contra a educação, contra as crianças”, declarou Nunes.
As declarações do prefeito provocaram reação imediata de parlamentares do PSOL, que ingressaram com representações no Ministério Público do Trabalho e no Grupo de Atuação Especial de Educação (Geduc). Os parlamentares pedem a abertura de investigação sobre possível assédio moral contra os trabalhadores da rede pública municipal.
Na representação assinada pela deputada federal Luciene Cavalcante, pelo deputado estadual Carlos Giannazi e pelo vereador Celso Giannazi, os parlamentares cobram providências:
“A prática do prefeito, ao ameaçar descontar salários dos servidores grevistas, configura abuso de poder e assédio, uma vez que essa atitude contraria a legislação que garante o direito de manifestação e greve sem represálias”. E mais: Pagamento do abono salarial PIS/Pasep começa nesta terça (15). Clique AQUI para ver. (Foto: Band; Fonte: Folha de SP)