Nesta quarta-feira (13), os produtores agrícolas da Argentina realizam greve em todo o país em protesto contra a pressão fiscal do país e a falta de diesel. Haverá manifestações em diferentes pontos, mas sem bloqueios. O ato central acontecerá na cidade Entre Ríos de Gualeguaychú. As informações são do jornal argentino El Clarín.
A medida, que busca dar visibilidade aos problemas do setor, foi promovida pela associação de produtores e contemplará a paralisação da comercialização de produtos agrícolas (grãos e pecuária) por 24 horas. “Vai ser histórico. Todo o setor vai dizer o que está acontecendo com o campo”, disse Jorge Chemes, presidente das Confederações Rurais Argentinas (CRA). “ É um grito de desespero . O campo não dá mais. Não só pela pressão fiscal, mas também pela pressão que se faz sentir pela falta de políticas. Há incerteza e desconfiança ”, disse o ruralista.
Nesse sentido, Chemes destacou que o campo é o setor que mais contribui com recursos para o país. “Não é visto pelo Governo como deve ser visto, nem é tratado como deve ser tratado, e não tem conhecimento do dano que se produz”, disse. Para o líder rural, o governo não se preocupa com a produção. “Não só a agricultura, mas todos aqueles que produzem. Eles a veem como uma fonte de recursos para coletar”, disse.
“Há uma série de problemas e necessidades que temos como setor que arrastamos há anos, mas que estão se aprofundando com a crise que vivemos no país, principalmente nos últimos tempos”, disse o presidente da Associação Agrária, Carlos Achetoni.
Entre os motivos do dia de protesto estão a falta e o superfaturamento de diesel e fertilizantes, a defasagem cambial, a pressão tributária sobre o setor, a falta de regras claras, políticas prejudiciais à agricultura, além de outras que ultrapassam o que é estritamente agrícolas, como a inflação, os altos níveis de pobreza e indigência, a deterioração da educação e da saúde e a defesa das instituições.
Agora o medo do campo se somou a um pacote fiscal, conforme anunciado pela nova ministra da Economia, Silvina Batakis, nesta segunda-feira (11) em uma série de medidas para alcançar o equilíbrio fiscal. “Como setor, temos certeza de que somos parte da solução de tantos problemas que sobrecarregam a Argentina e que só precisamos ter oportunidades, não continuar adicionando obstáculos”, acrescentou o líder rural.
Esta será a primeira medida de força lançada pela associação de produtores este ano. Os líderes agrícolas iniciaram uma série de reuniões com diferentes governadores e legisladores para buscar soluções.
Uma das organizadoras do ato, a Federação das Associações Rurais de Entre Ríos publicou em seu perfil do Twitter o chamado para mobilização às 12h (horário de Brasília). Na publicação, as confederações também citam a desarticulação cambial, emissão descontrolada, retenções, pressão fiscal, falta de previsibilidade e deficit fiscal.
🇦🇷 POR LA ARGENTINA 🇦🇷 Movilización y Asamblea
Tractorazo y camionetazo en reclamos de soluciones económicas, sociales, productivas y políticas.
📅 13/07
📍 GUALEGUAYCHÚ | ENTRE RÍOS.
10:30 hs. Caravana desde Km. 83 Ruta Nac. 14
12:00 hs. Asamblea Cruce de Rutas 16 y 14 pic.twitter.com/hCx7frwCfj— FARER (@Rurales_FARER) July 12, 2022