O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, declarou lei marcial nesta terça-feira (3) acusando a oposição de tentar desestabilizar o governo e promover interesses alinhados à Coreia do Norte.
A medida foi adotada após o Parlamento, controlado pela oposição, bloquear a aprovação do orçamento para 2024 e iniciar processos de impeachment contra ministros de seu gabinete.
Em discurso transmitido à nação, Yoon afirmou que a decisão visa proteger o país de “forças pró-norte-coreanas” que, segundo ele, estariam comprometendo a segurança nacional: “Estou declarando lei marcial para proteger uma Coreia do Sul livre das forças comunistas norte-coreanas, eliminar as forças descaradas pró-norte-coreanas e anti-Estado que atacam a liberdade e a felicidade do nosso povo”, declarou. Ele também criticou a Assembleia Nacional, acusando-a de “destruir a democracia”.
A decisão de Yoon marca a primeira vez desde o governo militar, nos anos 1980, que a lei marcial é decretada no país.
O general Park An-soo foi nomeado comandante da operação e anunciou a suspensão de atividades políticas, manifestações e o controle de meios de comunicação. Segundo o decreto, qualquer pessoa que viole as regras poderá ser presa sem mandado.
Críticas e Reações Imediatas
A oposição, liderada por Lee Jae-myung, do Partido Democrata, reagiu duramente, convocando uma reunião emergencial e chamando a população para protestar. Em discurso transmitido ao vivo, Lee afirmou:
“Não há razão para declarar lei marcial. Não podemos deixar os militares governarem este país. O presidente Yoon Seok-yeol traiu o povo. A declaração ilegal de lei marcial é nula e sem efeito.”
Manifestações já começaram nas ruas de Seul, com confrontos entre manifestantes e a polícia nos arredores do Parlamento. Gritos de “Acabem com a lei marcial!” ecoam entre os manifestantes, enquanto forças de segurança bloqueiam acessos ao prédio.
Contexto Político e Implicações
Desde que assumiu a presidência em 2022, Yoon enfrenta forte oposição. Segundo a imprensa internacional, a tensão aumentou após escândalos envolvendo sua esposa e aliados próximos, além de divergências sobre políticas econômicas.
O Partido Democrata tem utilizado sua maioria no Parlamento para desafiar o governo, bloqueando projetos e promovendo investigações. E mais: Disney encerrará maioria dos canais de TV no Brasil. Clique AQUI para ver. (Foto: reprodução redes sociais; Fonte: Estadão)