O presidente Jair, nesta segunda-feira (18), no Palácio da Alvorada, fez apresentação de um relatório a respeito do sistema eleitoral brasileiro para embaixadores de vários países. Ministros do governo, como Carlos França (Relações Exteriores), Paulo Sérgio Nogueira (Defesa), Ciro Nogueira (Casa Civil), Luiz Eduardo Ramos (Secretaria-Geral) e Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) estiveram presentes à apresentação.
Bolsonaro baseou a apresentação em um inquérito aberto pela Polícia Federal em 2018, com autorização do STF, sobre a invasão de um hacker ao sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O líder brasileiro também citou supostos documentos da PF (Polícia Federal) que apontam a vulnerabilidade do TSE. “Aquilo é mais do que um queijo suíço, é uma peneira”, acrescentou.
O presidente também voltou a defender, na apresentação aos embaixadores convidados, a aplicação do voto auditável, com impressão física depositada em urna lacrada para eventual conferência.
Em seu discurso, o presidente falou sobre os ministros Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Roberto Barroso e Lula da Silva (PT), seu adversário na disputa pelo Palácio do Planalto. ““O ministro Fachin foi quem tornou Lula elegível e agora é presidente do TSE. O ministro Barroso foi advogado do terrorista Battisti e recebeu aqui o acolhimento do presidente Lula, em dezembro de 2010. O ministro Alexandre de Moraes advogou para grupos que, se eu fosse advogado, eu não advogaria”, declarou Bolsonaro.
O presidente decidiu realizar o encontro depois de Fachin participar de evento com diplomatas sobre as eleições deste ano e o sistema eleitoral brasileiro. O ministro e presidente do TSE foi convidado para a reunião desta 2ª feira (18), mas recusou.
Em nota oficial divulgada à imprensa, a Secom (Secretaria Especial de Comunicação Social) do Planalto afirmou que Bolsonaro tem como objetivo utilizar o encontro com os diplomatas para “aprimorar os padrões de transparência e segurança do processo eleitoral brasileiro”.
Leia a íntegra da nota da Secom:
“O senhor Presidente da República manteve encontro hoje com chefes de missões diplomáticas acreditadas no Brasil para intercâmbio de ideias sobre o processo eleitoral em curso no nosso País. O Presidente Jair Bolsonaro sublinhou aos representantes do corpo diplomático que sua própria carreira política é um resultado do sistema democrático. Lembrou, nesse sentido, seu período de mais de 30 anos como representante eleito, em trajetória iniciada na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, passando pela Câmara dos Deputados e culminando com sua eleição à Presidência da República em 2018, com mais de 57 milhões de votos válidos, em campanha realizada com mínimo financiamento público (menos de um milhão de dólares). O senhor Presidente da República sublinhou aos titulares e representantes diplomáticos presentes seu desejo de aprimorar os padrões de transparência e segurança do processo eleitoral brasileiro. Enfatizou que a prioridade é assegurar que prevaleça, de modo inquestionável, a vontade do povo brasileiro nas eleições que se realizarão em 2 de outubro próximo.”
Fachin
Após a reunião do presidente Jair Bolsonaro com embaixadores, o ministro Luiz Edson Fachin reafirmou, nesta segunda-feira (18), a “integridade” do sistema eleitoral brasileiro e, mesmo sem citar diretamente Jair Bolsonaro (PL), fez críticas a declarações proferidas pelo presidente da República.
Participando virtualmente de um evento de combate à desinformação, promovido pela OAB Paraná, o ministro disse: “as declarações feitas nesta segunda buscam, sem muito disfarce, diluir a própria República e a constitucionalidade”.
Durante o evento, o ministro também disse que o tribunal é e sempre foi aberto ao diálogo, reforçando que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aceita críticas e aprimoramentos, mas “intervenções na Justiça Eleitoral, jamais”.
“Se isso assim prosseguir [ataques], somente pode interessar a quem não interessa provas e fatos. Por isso precisamos nos unir e questionar a razão de tantos ataques a este tribunal e também ataques pessoais […] Neste tribunal sempre estivemos abertos ao diálogo. Assim já se deu e assim se de dará na gestão de ministro Alexandre de Moraes”.
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