Plataformas financeiras repassam aumento do IOF para compra de moeda estrangeira

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A partir desta sexta-feira (23), plataformas financeiras como Wise e Nomad passaram a adotar uma alíquota de 3,5% de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) para transações em moeda estrangeira, como dólar e euro, e também para envios de recursos a contas de mesma titularidade no exterior. A alteração alinha o tributo cobrado por essas fintechs ao mesmo aplicado a compras com cartões de crédito internacionais.

Até então, essas empresas operavam com uma taxa reduzida de 1,1%, aproveitando um modelo específico de câmbio que lhes permitia realizar remessas e pagamentos simultaneamente. Esse mecanismo era viável graças à presença jurídica que essas instituições mantêm em diferentes países, o que tornava a transferência um movimento interno entre contas do mesmo titular.

Em coletiva à imprensa, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, justificou a decisão como uma forma de ‘uniformizar’ a cobrança de IOF entre diferentes formas de envio de dinheiro para fora do país. Segundo ele, a disparidade favorecia algumas modalidades em detrimento de outras.

A Wise informou, por meio de nota, que “como corretora de câmbio licenciada, atualizamos nossas tarifas para refletir essa mudança”. A empresa ressaltou que a operação permanece inalterada, com exceção da nova alíquota do imposto: “Todos os clientes no Brasil podem continuar enviando dinheiro para o exterior usando a Wise normalmente.”

A Nomad, por sua vez, também se adequou à nova exigência e destacou que manterá seu posicionamento em defesa da diversificação patrimonial fora do país:

“Movimentos de aumento do IOF reforçam a visão da Nomad, de que os brasileiros deveriam ter parte de seus patrimônios no exterior, investindo em ativos internacionais e moeda forte.”

Especialistas do setor apontam que o impacto da mudança deve alcançar todas as carteiras globais. Além do IOF, os usuários dessas plataformas costumam arcar com custos adicionais entre 1% e 2%, referentes ao serviço de câmbio. A abertura de contas internacionais também pode envolver taxas iniciais.

Apesar da mudança nas operações pessoais, o governo manteve a alíquota de 1,1% para investimentos internacionais, como a compra de ações estrangeiras. A versão original da medida provisória previa aplicar os 3,5% também nesse caso, mas o governo recuou.

A fintech Avenue, também autorizada pelo Banco Central como corretora de câmbio, precisou reagir rapidamente. Segundo a empresa, foi necessário montar uma operação emergencial para adaptar seus sistemas ainda durante a madrugada.

O CEO da Avenue criticou a maneira como a mudança foi implementada, alegando que ela representou uma intervenção abrupta nas finanças pessoais: “Foi risco Brasil na veia, uma aula”, afirmou à Folha de SP.

Ele também expressou preocupação sobre os sinais transmitidos ao mercado: “Houve receio de que a Fazenda estivesse adotando uma política de controle de capitais, como a Argentina fez no passado ao taxar em 30% os envios de dinheiro ao exterior.”. E mais: Moraes ameaça prender Aldo Rebelo durante depoimento do STF. Clique AQUI para ver. (Foto: reprodução; Fonte: Folha de SP)

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