PF aponta envio de R$ 9,3 milhões por ‘Careca do INSS’ a rede ligada ao instituto

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A Polícia Federal identificou que o “Careca do INSS” repassou R$ 9,3 milhões entre 2023 e 2024 a indivíduos ligados a funcionários do Instituto Nacional do Seguro Social. A descoberta faz parte de um inquérito que investiga um esquema de fraudes envolvendo o desvio de valores destinados a aposentadorias e pensões.

Segundo a PF, entidades que prestam serviços a aposentados realizaram registros irregulares de beneficiários, utilizando assinaturas forjadas, para aplicar descontos indevidos nos pagamentos feitos pelo INSS. O rombo nos cofres públicos pode ter alcançado R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024.

“A partir da análise detalhada das transações financeiras identificadas na presente IPJ, é possível concluir que o esquema em questão envolve uma rede de empresas e pessoas físicas que atuam de forma coordenada para movimentar recursos advindos de um esquema ilícito, utilizando mecanismos complexos de envio e recebimento de valores entre as partes envolvidas”, aponta o relatório da PF.

De acordo com a investigação, empresas registradas em nome da esposa de um procurador-geral do INSS atualmente afastado — receberam R$ 7,5 milhões do ‘Careca’. Já um escritório de advocacia do filho de outro ex-diretor do INSS teve um repasse de R$ 1,5 milhão.

“Ao todo, portanto, pessoas físicas e jurídicas relacionadas a André Paulo Félix Fidelis receberam R$ 5.186.205,0041 das empresas intermediárias relacionadas às entidades associativas”, afirma o inquérito.

O relatório também detalha que o ex-diretor de Governança do INSS recebeu R$ 313 mil. Uma outra empresa foi contemplada com R$ 630 mil também relacionada ao escândalo.

Segundo a PF, Cecília atuava como peça-chave no funcionamento do esquema, graças à sua posição estratégica. A advogada chegou a presidir duas associações simultaneamente entre 2017 e 2020.

Além dos repasses financeiros, o relatório aponta que um Porsche Taycan 2022, cujo valor pode ultrapassar R$ 1 milhão, registrado em nome do ‘Careca’ passou a ser usada pela esposa do procurador-geral afastado.

Aos 61 anos, o Careca é citado como o operador central da engrenagem fraudulenta. “O ‘Careca do INSS’ desempenha o papel de facilitador no esquema, atuando como consultor para várias entidades que firmaram acordos de cooperação técnica com o INSS”, aponta a investigação.

Ele aparece como sócio de 21 empresas, sendo que 19 delas foram constituídas a partir de 2022. Pelo menos quatro estão diretamente envolvidas nas operações fraudulentas, segundo o inquérito.

“Com efeito, verificou-se que as empresas (do Careca) operaram como intermediárias financeiras para as entidades associativas e, em razão disso, receberam recursos de diversas associações que, em parte, foram destinados a servidores do INSS”, conclui a Polícia Federal. (Foto: reprodução PF; Fonte: G1)

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