PF apreende quase R$ 3 milhões na casa de desembargador aposentado suspeito de vender sentença no MS

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Na manhã desta quinta-feira (24), a Polícia Federal (PF) confiscou R$ 2,7 milhões em espécie na residência de Júlio Roberto Siqueira Cardoso, desembargador aposentado. O ex-magistrado é um dos alvos da investigação sobre a suposta venda de sentenças judiciais envolvendo desembargadores no Mato Grosso do Sul.

O dinheiro, encontrado em notas de R$ 50, R$ 100, R$ 200 e também em dólares, foi fotografado pela PF, que divulgou as imagens das cédulas espalhadas em uma mesa na casa do ex-desembargador.



Júlio Roberto, que dedicou 40 anos ao Judiciário do estado, aposentou-se do Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul (TJMS) em junho de 2024. Durante sua carreira, atuou como juiz em Dourados, Aparecida do Taboado e Paranaíba, antes de se tornar desembargador em Campo Grande.

O Ministério Público Federal pediu a prisão de Júlio Roberto, mas o Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou o pedido, autorizando apenas a quebra de seu sigilo fiscal. De acordo com as alegações da PF, o ex-desembargador teria realizado “transações imobiliárias de grande monta com o emprego de recurso de origem não rastreável, ou seja, que não transitaram em contas bancárias de titularidade do investigado”.



Além do dinheiro, documentos e dispositivos eletrônicos foram recolhidos na operação. O UOL tentou contato com a defesa do ex-magistrado, mas ainda não obteve retorno.

Como parte das investigações, cinco desembargadores foram afastados de seus cargos por determinação do STJ, incluindo o presidente do TJMS, Sérgio Fernandes Martins. A decisão do ministro Francisco Falcão suspendeu as atividades dos desembargadores Vladimir Abreu da Silva, Alexandre Aguiar Bastos, Sideni Soncini Pimentel e Marcos José de Brito Rodrigues, pelo período de 180 dias.



Também foram afastados o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de MS (TCE-MS), Osmar Domingues Jeronymo, e um servidor do TJ-MS, Danillo Moya Jeronymo, sobrinho do conselheiro. Todos estão sendo monitorados por tornozeleira eletrônica e proibidos de acessar o órgão e de interagir com outros envolvidos.



A operação abrange ainda um juiz de primeira instância e um procurador de justiça cujos nomes não foram divulgados, além de dois desembargadores aposentados do TJMS, incluindo Júlio Roberto. As suspeitas apontam para crimes de corrupção e venda de decisões judiciais, e os investigados poderão responder por organização criminosa, lavagem de dinheiro, extorsão e falsificação de documentos públicos.



Com 220 agentes federais e apoio da Receita Federal, a ação desta manhã, um desdobramento da Operação Mineração de Ouro de 2021, cumpriu 44 mandados de busca e apreensão em Campo Grande, Brasília, São Paulo e Cuiabá. Em nota, o TJMS declarou que não se manifestará sobre a operação, pois “não teve acesso aos autos e ao inteiro teor da decisão que motivou a ação”, reforçando seu compromisso com a legalidade e transparência. Veja mais abaixo! (Foto: divulgação (via UOL); Fonte: UOL)

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