A Petrobras anuncia, nesta terça-feira (16), o fim da política de paridade internacional dos preços dos combustíveis, instituída pelo governo Temer justamente para recuperar a estatal após o rombo financeiro na estatal.
“A Petrobras informa que sua Diretoria Executiva (DE) aprovou, na segunda-feira (15/), a estratégia comercial para definição de preços de diesel e gasolina da Petrobras, em substituição à política de preços de diesel e gasolina comercializados por suas refinarias.”, diz a empresa em nota.
A partir de agora, a nova ‘estratégia comercial’ usa referências de mercado como: (a) o’ custo alternativo’ do cliente, como valor a ser priorizado na precificação, e (b) o valor marginal para a Petrobras.
O ‘custo alternativo’ do cliente, explica a Petrobras, contempla as principais alternativas de suprimento, sejam fornecedores dos mesmos produtos ou de produtos substitutos, enquanto o valor marginal para a Petrobras é baseado no ‘custo de oportunidade dadas as “diversas alternativas para a companhia dentre elas, produção, importação e exportação do referido produto e/ou dos petróleos utilizados no refino”, explica a empresa.
“Com essa estratégia comercial, a Petrobras vai ser mais eficiente e competitiva, atuando com mais flexibilidade para disputar mercados com seus concorrentes. Vamos continuar seguindo as referências de mercado, sem abdicar das vantagens competitivas de ser uma empresa com grande capacidade de produção e estrutura de escoamento e transporte em todo o país”, destaca o Presidente da Petrobras, Jean Paul Prates.
A Petrobras informar que, a partir de agora, os reajustes serão feitos sem periodicidade definida, “evitando o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio”.
Política de paridade da Petrobras
A política de preço de paridade da Petrobras é um mecanismo utilizado pela empresa para definir os preços dos combustíveis, especialmente a gasolina e o diesel.
Essa política tem o objetivo de alinhar os preços praticados no mercado interno aos preços internacionais, levando em consideração a cotação do petróleo no mercado internacional, além de outros custos e margens de lucro.
Para entender melhor, vamos dividir o processo em algumas etapas:
1. Cotação Internacional do Petróleo: A Petrobras monitora diariamente as cotações do petróleo no mercado internacional, considerando a referência de preços, como o Brent e o WTI. Essas cotações são influenciadas por fatores como oferta e demanda global, eventos geopolíticos e condições econômicas.
2. Câmbio: A Petrobras também acompanha a variação do câmbio, pois grande parte dos custos da empresa está em dólar. Portanto, as flutuações no valor do real em relação ao dólar podem influenciar os preços dos combustíveis.
3. Cálculo de Preço: Com base na cotação internacional do petróleo e nas variações cambiais, a Petrobras calcula o preço de paridade de importação, que é o valor que ela pagaria se importasse o combustível. Esse cálculo considera ainda os custos logísticos, impostos, margens de lucro e outros encargos.
4. Reajustes: Com a política de preço de paridade, a Petrobras realiza ajustes nos preços dos combustíveis de forma mais frequente, buscando acompanhar as variações do mercado internacional. Esses reajustes podem ocorrer tanto para cima quanto para baixo, dependendo das flutuações dos fatores mencionados anteriormente.
A política de paridade de preços da Petrobras também está relacionada às empresas importadoras de combustíveis que estão no Brasil. A adoção dessa política visa a criação de um ambiente de competição mais justo entre a Petrobras e essas empresas importadoras.
Antes da implementação da política de paridade, a Petrobras costumava subsidiar os preços dos combustíveis no mercado interno, o que muitas vezes tornava seus preços mais baixos do que os preços internacionais.
Isso criava uma situação desvantajosa para as empresas importadoras, que não recebiam os mesmos subsídios e tinham dificuldades em competir no mercado brasileiro.
Com a política de paridade de preços, a Petrobras passou a adotar uma abordagem baseada nos preços internacionais do petróleo e seus derivados. Isso significa que os preços dos combustíveis comercializados pela empresa no mercado interno estão mais alinhados com os preços internacionais, levando em conta fatores como cotação do petróleo, variação cambial e custos de importação.
Essa mudança tem impacto direto nas empresas importadoras, uma vez que agora elas podem competir de forma mais equilibrada no mercado brasileiro. Com a Petrobras seguindo a política de paridade, as empresas importadoras podem ajustar seus preços de acordo com as mesmas referências internacionais, buscando oferecer uma concorrência mais justa e competitiva.