A eleição para a presidência da Frente Parlamentar Evangélica (FPE), realizada na noite de terça-feira (25), terminou com a vitória de Gilberto Nascimento (PSD-SP) e uma crise entre os deputados da bancada.
Otoni de Paula (MDB-RJ), derrotado na disputa, aponta o dedo para o ex-presidente Bolsonaro (PL) como o responsável pela sua queda, acusando-o de orquestrar uma campanha de pressão que influenciou o resultado.
Pela primeira vez na história da frente, a escolha do líder foi decidida por votação, e não por consenso, culminando em um placar de 117 votos para Nascimento contra 61 para Otoni.
Otoni, que é pastor da Assembleia de Deus de Madureira, revelou em entrevista à revista VEJA o que considera o impacto da ofensiva bolsonarista contra ele.
“Foi a eleição do medo. Eu fui o cara mais aliado do Bolsonaro. Mas, por pensar diferente, fui eleito inimigo e adversário dele. E aí os outros deputados pensam: imagina o que vai ser de mim”, declarou, sugerindo que colegas optaram por Nascimento temendo represálias.
Ele detalhou ainda como percebeu a influência de Bolsonaro: “A ameaça (de Bolsonaro) está clara quando ele fala que ao votar no Otoni o deputado dá um voto de traição. E, nesse caso, terá que pedir em 2026 votos para Lula, e não para ele”.
Otoni recebeu 61 votos, mas viu a deputada Greyce Elias (Avante-MG) desistir de sua candidatura no dia da votação para apoiar o adversário.
À Veja, Otoni nega que seu afastamento de Bolsonaro signifique uma aproximação a Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Meu candidato, até então, podia ser Bolsonaro. Mas me mantenho com Ronaldo Caiado. Foi sacanagem o que fizeram. Tenho amor próprio”, afirmou, sinalizando apoio ao governador de Goiás para 2026 e descartando uma candidatura ao Senado, optando por buscar a reeleição como deputado.
Otoni também relembrou um encontro com Lula em outubro de 2024 no Palácio do Planalto, onde elogiou o petista. Apesar disso, na semana passada, ele chegou a divulgar um vídeo defendendo Bolsonaro contra a denúncia de ‘golpe de Estado’ apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Agora, porém, promete:
“Nunca mais Bolsonaro terá minha solidariedade para nada”. E mais: Moraes sobre critica do governo dos EUA: “deixamos de ser colônia em 1822“. Clique AQUI para ver. (Foto: Palácio do Planalto; Fonte: Veja)