Nessa terça-feira (16), humoristas demonstraram indignação com a decisão da Justiça que mandou derrubar um especial de humor de Léo Lins (ex-SBT) no Youtube e proibir piadas contra minorias. O especial de comédia que havia sido publicado no final de 2022 e acumulava 3,3 milhões de visualizações.
A juíza do caso atendeu a uma solicitação do Ministério Público de São Paulo, que alegou que o comediante estava “reproduzindo discursos e posicionamentos que hoje são repudiados”, abordando temas como escravidão, perseguição religiosa, minorias, pessoas idosas e com deficiências em suas piadas.
A decisão da juíza foi abrangente, proibindo o comediante de publicar, transmitir ou mesmo manter em seus dispositivos qualquer tipo de arquivo que contenha conteúdo depreciativo ou humilhante relacionado a raça, cor, etnia, religião, cultura, origem, procedência nacional ou regional, orientação sexual ou de gênero, condição de pessoa com deficiência ou idosa, crianças, adolescentes, mulheres, ou qualquer categoria considerada como minoria ou vulnerável.
Além disso, ele é obrigado a remover de todos os seus canais na internet qualquer conteúdo que mencione esses grupos, e está proibido de mencioná-los em futuras apresentações de stand-up.
Nas redes sociais, outros humoristas demonstraram indignação e revolta com o caso. O globo Fábio Porchat disse que a decisão é “uma vergonha inaceitável”.
Isso aqui é uma vergonha! Inaceitável! https://t.co/UORUkpro2b
— Fabio Porchat (@FabioPorchat) May 16, 2023
Rogério Morgado, da Jovem Pan, escreveu que “comediante que acha legal o que aconteceu com Leo Lins e político que aplaudiu o que aconteceu com Deltan tem meu total desprezo”.
Comediante que acha legal o que aconteceu com @LeoLins e político que aplaudiu o que aconteceu com @deltanmd tem meu total desprezo…
— Rogerio Morgado (selo azul) (@RogerioMorgado) May 17, 2023
Antônio Tebet, um dos fundadores do portas do fundo, disse: “Um absurdo! Não cabe à Justiça – e nem a ninguém – aprovar ou censurar piadas alheias. Pode-se gostar, detestar ou criticar a comédia ou o comediante, mas piadas são só piadas. Piadas não matam mais que dramas, jornalismo, publicidade ou a realidade.”.
Um absurdo! Não cabe à Justiça – e nem a ninguém – aprovar ou censurar piadas alheias. Pode-se gostar, detestar ou criticar a comédia ou o comediante, mas piadas são só piadas. Piadas não matam mais que dramas, jornalismo, publicidade ou a realidade. https://t.co/lI7jUiZDbR
— Antonio Tabet (@antoniotabet) May 16, 2023
E a crítica mais ‘curiosa’, sem dúvida, foi de Oscar Filhos, que disse: “Isso aqui tem precedentes? O maior absurdo que eu vejo na comédia desde que o CQC foi impedido de entrar no Congresso e a proibição de piadas com políticos. Tudo na era PT. Por pior que falem do Bolsonaro, e eu odeio este cara, não chegamos nem perto!”
Isso aqui tem precedentes?
O maior absurdo que eu vejo na comédia desde que o CQC foi impedido de entrar no Congresso e a proibição de piadas com políticos. Tudo na era PT.
Por pior que falem do Bolsonaro, e eu odeio este cara, não chegamos nem perto!https://t.co/yfzrc6jJGW
— Oscar Filho (@OscarFilho) May 16, 2023