Netanyahu diz que África do Sul ‘representa monstros’; governo Lula apoiou país africano

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Foto: reprodução vídeo; Fonte: Folha de SP



O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse nesta quinta-feira (11) que a África do Sul “representa monstros” ao acusar Tel Aviv, em audiência na Corte Internacional de Justiça (CIJ), de agir com “intenção genocida” na Faixa de Gaza.

“Uma organização terrorista comete o pior crime contra o povo judeu desde o Holocausto e agora aparece alguém para defendê-la em nome do Holocausto”, disse ele, mencionado pelo jornal The Times of Israel.

“A hipocrisia clama aos céus. […] Onde vocês estavam, África do Sul, quando milhões de pessoas foram mortas ou deslocadas de suas casas na Síria e no Iêmen? E por quem? Pelos parceiros do Hamas.”

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou na quarta (10) apoio à denúncia da África do Sul. O posicionamento foi divulgado horas depois do petista ter se reunido com o embaixador palestino no Brasil, Ibrahim Alzeben.

Netanyahu descreveu a denúncia feita pelo país africano, com o apoio do Brasil, de “chutzpah”. O termo de origem iídiche é usado para se referir a situações em que há um atrevimento desproporcional, que ultrapassa limites.

O texto da acusação, segundo o premiê, mostra que o mundo está “virado de cabeça para baixo”. Ele afirmou que vai continuar rebatendo o que chamou de mentiras enquanto luta contra terroristas até a “vitória total”. Netanyahu reiterou que Israel “não tem intenção de ocupar permanentemente Gaza ou de deslocar a população civil”.

 

A denúncia
O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou na quarta-feira (10) seu apoio à denúncia apresentada pela África do Sul à Corte Internacional de Justiça da ONU (Organização das Nações Unidas), alegando a ‘prática de genocídio’ por parte de Israel contra a população na Faixa de Gaza.

A iniciativa do país africano foi protocolada no tribunal, conhecido como Corte de Haia, em 29 de dezembro, acusando Israel de violar a convenção de prevenção e punição do genocídio de 1951. O posicionamento brasileiro foi divulgado horas após o presidente petista se reunir com o embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben.

 

Em comunicado, o governo brasileiro destacou que, diante das ‘evidentes violações’ ao direito internacional humanitário, o presidente expressou seu apoio à iniciativa sul-africana de acionar a Corte Internacional de Justiça para que determine que Israel cesse imediatamente todos os atos e medidas que possam configurar genocídio ou crimes relacionados, conforme a Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio. A corte é composta por 15 juízes, cada um representando um país, e é o principal órgão judicial da ONU.

Na petição, a África do Sul solicitou que a corte emita medidas provisórias ou de curto prazo para interromper as ações de Israel em Gaza, embora ainda não haja datas para audiência. Em resposta à denúncia, o Ministério das Relações Exteriores de Israel afirmou que o processo carece de base para a acusação.

A declaração de apoio à ação de Pretória na Corte de Haia destoa da tradição diplomática brasileira, que historicamente busca equilíbrio entre as partes em conflito para atuar como interlocutor legítimo.

A Corte Internacional de Justiça (CIJ), com sede em Haia, Países Baixos, é um órgão judicial da Organização das Nações Unidas (ONU). Fundada em 1945, a CIJ tem como função primordial resolver disputas legais entre Estados soberanos e emitir pareceres consultivos sobre questões jurídicas levantadas por órgãos e agências especializadas da ONU, como a Assembleia Geral e o Conselho de Segurança.

A CIJ é composta por 15 juízes, cada um de nacionalidade diferente, eleitos pela Assembleia Geral e pelo Conselho de Segurança da ONU. Seu papel central é promover a paz e a segurança internacionais por meio da aplicação do direito internacional. Diversos casos notáveis foram julgados pela CIJ, incluindo disputas territoriais, questões ambientais e violações de direitos humanos.

Além disso, a Corte Internacional de Justiça é responsável por interpretar tratados internacionais e fornecer pareceres consultivos sobre questões legais específicas quando solicitada por órgãos da ONU. Seu trabalho desempenha um papel fundamental na promoção da justiça e na resolução pacífica de controvérsias entre Estados, contribuindo para a estabilidade e a ordem no cenário internacional. E veja também: Enterro de sargento morto por beneficiado de ‘saidinha’ é marcado por comoção e revolta. Clique AQUI para ver.

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