O que se sabe sobre a morte de mais de 220 cavalos após consumo de ração

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O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) está apurando a morte de 222 cavalos em diferentes estados brasileiros.

As suspeitas recaem sobre rações fabricadas pela empresa Nutratta Nutrição Animal, cuja produção e comercialização foram suspensas preventivamente após constatação de irregularidades durante inspeções. A empresa afirma estar colaborando com as investigações e lamentou o ocorrido.

De acordo com a pasta, os animais morreram de forma rápida após apresentarem quadro agudo de falência hepática, característico de intoxicação severa. “Os casos apresentaram associação com o consumo de rações da empresa citada [Nutratta]”, afirma o ministério em nota publicada no último dia 3.

O maior número de óbitos foi registrado em São Paulo (83), seguido por Rio de Janeiro (69) e Alagoas (65). Outros estados como Goiás (4) e Minas Gerais (1) também notificaram perdas. Casos adicionais seguem sob apuração em Bahia, Minas e Goiás.

A substância responsável pelas mortes ainda não foi identificada, mas amostras estão sendo analisadas para verificar presença de monensina, micotoxinas e clostridium. Os laudos ainda não foram concluídos.

A empresa tenta reverter judicialmente a interdição, tendo impetrado um mandado de segurança, que aguarda decisão da Justiça. Em nota oficial, a Nutratta declarou que optou por não emitir alertas precipitados e destacou que o cenário enfrentado é “desconhecido, sensível e sem precedentes”. A fabricante assegura que está adotando rigor técnico e reforçando protocolos internos.

Segundo a companhia, a interdição se limita à unidade responsável pela nutrição equina, e não há indícios de falhas nos produtos voltados à bovinocultura, cujas fórmulas são distintas.

Enquanto isso, a ABCCMM (Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Mangalarga Marchador) classificou a situação como devastadora. “As perdas são incalculáveis não apenas do ponto de vista econômico, mas também genético e emocional para criadores, funcionários e familiares”, disse a entidade em comunicado.

A Nutratta reconheceu que “nenhum laudo técnico trará de volta os animais perdidos”, mas se comprometeu a buscar, com “total transparência, respostas que possam oferecer ao menos alguma forma de justiça e aprendizado diante de tamanha tragédia”.

O Mapa orienta que criadores com suspeitas de contaminação informem os casos via Ouvidoria, para que os lotes possam ser rastreados e a investigação oficial ampliada. (Foto: PixaBay; Fonte: UOL)

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