Morre aos 88 anos o ator Alain Delon, ícone do cinema francês

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O renomado ator francês Alain Delon faleceu neste domingo (18), aos 88 anos. Conforme informações divulgadas pela agência de notícias AFP, a família do ator confirmou que ele morreu em sua residência, localizada em Douchy-Montcorbon, na França. A causa do falecimento, no entanto, não foi revelada.

Considerado um dos grandes nomes do cinema francês, Delon conquistou uma legião de fãs ao longo de sua carreira com suas performances marcantes, muitas vezes no papel de personagens como assassinos, criminosos e matadores de aluguel, especialmente durante o período do pós-guerra.

Descrito por críticos e colegas de profissão como um “gigante da cultura francesa”, Delon foi o protagonista de obras cinematográficas emblemáticas como O Sol por Testemunha, Rocco e Seus Irmãos e O Leopardo. Apesar de seu imenso sucesso na França, ele não conseguiu replicar o mesmo nível de fama em Hollywood.

Sua última aparição de destaque ocorreu em maio de 2019, quando recebeu uma Palma de Ouro honorária no Festival de Cinema de Cannes. No mesmo ano, após sofrer um AVC, o ator passou a viver de forma reservada em sua propriedade. Em declarações anteriores, a família de Delon mencionou que ele havia expressado o desejo de optar pelo suicídio assistido.

Nas redes sociais, Emmanuel Macron expressou seu pesar pela morte de Delon: “Alain Delon interpretou papéis icônicos e fez o mundo sonhar. Com seu rosto inesquecível, ele impactou nossas vidas. Melancólico, popular, reservado, ele era mais que uma estrela: era um verdadeiro monumento francês”, publicou Macron no X (antigo Twitter).

 

A grife Dior também prestou homenagem ao ator, destacando que ele não era apenas um ícone nas telas, mas também uma figura influente na moda, tendo sido o rosto da marca por muitos anos.

“Ele foi um ator extraordinário e, acima de tudo, um grande amigo da Casa Dior por décadas; nossos pensamentos estão com sua família e amigos”, declarou a marca. E mais: Deputados querem derrubar norma de Lula que dificulta trabalho aos domingos e feriados. Clique AQUI para ver. (Foto: reprodução Instagram; Fonte: G1)

 

Perfil
Alain Fabien Maurice Marcel Delon, nascido em 8 de novembro de 1935, na França, foi um ator e empresário de destaque no cenário europeu. Delon alcançou fama internacional com o filme O Sol por Testemunha, que o catapultou a um dos atores mais proeminentes da Europa e o consolidou como um símbolo sexual nas décadas de 1960 e 1970. É amplamente reconhecido como um dos maiores atores franceses de todos os tempos.

Aos quatro anos de idade, Delon viu seus pais, Edith e Fabian, se separarem. Foi adotado por um casal, mas a tragédia o atingiu cedo: seus pais adotivos foram assassinados, e Delon voltou a viver com sua mãe, que já estava casada novamente. Nesse novo lar, ele cresceu ao lado de uma meia-irmã e dois meio-irmãos. Sua infância foi marcada por turbulências, com expulsões de várias escolas. Aos 15 anos, abandonou os estudos, e aos 17, alistou-se na marinha francesa, servindo na guerra da Indochina.

Em 1956, Delon mudou-se para Paris. Sem recursos financeiros, trabalhou como porteiro, garçom e vendedor. Durante essa época, ele conheceu a futura cantora Dalida, que se tornou sua vizinha.

O ponto de virada na vida de Delon ocorreu em 1957, quando ele acompanhou seu amigo Jean-Claude Brialy ao Festival de Cannes. Lá, sua beleza não passou despercebida, atraindo a atenção do produtor David O. Selznick, que lhe ofereceu um contrato sob a condição de que ele aprendesse inglês. Delon retornou a Paris com essa intenção, mas seu destino mudou ao conhecer o cineasta Yves Allégret, que o convenceu a iniciar sua carreira na França.

Seu primeiro filme foi Uma Tal Condessa (Quand la femme s’en mêle, 1957). Durante as filmagens de Christine, ele contracenou com a atriz Romy Schneider, por quem se apaixonou. Em 1959, o casal passou a viver junto, e o relacionamento durou cinco anos.

O primeiro grande papel de Delon no cinema veio em 1959, como Tom Ripley, no suspense clássico O Sol por Testemunha, dirigido por René Clément e baseado na obra da escritora Patricia Highsmith. No ano seguinte, Delon estrelou Rocco e Seus Irmãos, dirigido por Luchino Visconti, um dos filmes mais reverenciados da história do cinema. A parceria entre Delon e Visconti se solidificou, levando-os a trabalhar juntos novamente no aclamado O Leopardo (1963), vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes.

A impressionante beleza de Delon o transformou em um ícone sexual dos anos 1960 e 1970. Contudo, ele sempre lutou para ser reconhecido como um ator talentoso, e não apenas como um rosto bonito.

Em 1997, Delon anunciou sua aposentadoria do cinema, decepcionado com os rumos da indústria cinematográfica francesa, para a tristeza de seus fãs. Além de sua carreira artística, Delon lançou uma linha de produtos que levam seu nome, incluindo roupas, perfumes e óculos.

Em 2008, Delon fez um retorno ao cinema no filme Astérix nos Jogos Olímpicos, interpretando o conquistador romano Júlio César. Quatro anos depois, em 2012, o ator sofreu um AVC, o que marcou uma nova fase em sua vida.

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