Na representação ao ministro do STF Alexandre de Moraes, a Polícia Federal deixou claro que se baseou apenas na reportagem do colunista Guilherme Amado, do Metrópoles, para defender a operação de busca e apreensão e bloqueio de contas bancárias contra empresários Conservadores que tiveram conversas triviais sobre política em um grupo privado de WhatsApp. As informações são do jornalista Igor Gadelha, também do portal Metrópoles, e divulgadas nesta segunda-feira (29). A operação acabou sendo autorizada por Moraes.
“Chegou ao conhecimento da Polícia Federal a notícia de uma orquestração de pessoas socioeconomicamente ativas (empresários de ramos distintos) no sentido de praticar crimes, dentre eles os tipos previstos nos arts. 288 e 359-L do Código Penal. Conforme divulgado em fontes abertas, vários empresários estariam participando de um grupo no aplicativo de mensagens WhatsApp para arquitetar uma ruptura do Estado democrático de direito indicando que “o golpe teria que ter acontecido nos primeiros dias de governo” e para incentivar a prática de ações violentas apoiando que “se for vencedor o lado que defendemos, o sangue das vítimas se tornam [sic] sangue de heróis!”.”, escreveu o delegado da PF Fábio Alvarez Shor no início da representação.
No documento, ao qual a coluna teve acesso, o delegado expõe prints de conversas comuns revelados pelo Metrópoles com ar de “denúncia” para sustentar a necessidade da operação contra os empresários. Ele diz que a operação era necessária para “esclarecimento” e “dissuasão desse tipo de conduta”.
“Tais fatos, apesar de serem propalados por meio de aplicativos de mensagens, não podem ser desprezados pelo Estado. Como é sabido, mensagens de apoio a atos violentos, ruptura do Estado democrático de direito, ataques ou ameaças contra pessoas politicamente expostas têm um grande potencial de propagação entre os apoiadores mais radicais da ideologia dita conservadora”, diz o delegado.
Representações PF Pet 10543… by Gustavo Zucchi
