Moraes deve manter inquérito das milícias digitais até 2026

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Uma reportagem exclusiva da Folha de S.Paulo revela que Alexandre de Moraes deve manter aberto o inquérito das milícias digitais até pelo menos o ano de 2026.

A decisão, conforme o jornal, vem sendo tratada com atenção nos bastidores do Supremo Tribunal Federal (STF) e tem como pano de fundo as eleições gerais do próximo ano.

De acordo com a publicação, Moraes tem sinalizado que pretende prorrogar o inquérito diante de dois fatores principais: a conclusão do julgamento de Jair Bolsonaro (PL) sobre sua suposta participação em uma tentativa de golpe e o contexto eleitoral de 2026.

Ainda segundo a Folha, “a avaliação é que a corte consolida uma posição contrária ao término das investigações meses após colegas de toga pedirem a Moraes o fim do inquérito”.

A investigação foi instaurada em julho de 2021, no mesmo dia em que Moraes decidiu encerrar o inquérito anterior que apurava os chamados atos antidemocráticos. A nova apuração passou a focar no que ficou conhecido como “milícias digitais”, grupos organizados acusados de disseminar desinformação e atacar instituições democráticas por meio das redes sociais.

A reportagem lembra que até o empresário bilionário Elon Musk entrou na mira do inquérito. O empresário passou a ser investigado em abril de 2024 por acusação de descumprir ordens judiciais. Como destaca a Folha, ele foi incluído no inquérito por possível “dolosa instrumentalização criminosa da rede social X”.

A posição de ministros do STF sobre a continuidade do inquérito passou por mudanças ao longo do tempo. O atual presidente da Corte, ministro Luís Roberto Barroso, era anteriormente um defensor do encerramento das investigações. Em agosto de 2024, declarou ao jornal:

“Eu não saberia precisar uma data, não gostaria de me comprometer com uma data, mas acho que nós não estamos distantes do encerramento porque o procurador-geral da República já está recebendo o material. Caberá a ele pedir o arquivamento ou fazer a denúncia”.

Contudo, poucos meses depois, em dezembro do mesmo ano, Barroso mudou de posição: “O inquérito está demorando porque os fatos se multiplicaram ao longo do tempo”.

A mudança de postura o aproxima de um grupo de ministros que considera os inquéritos fundamentais. Ainda conforme o jornal, interlocutores de Moraes mencionam outros motivos para manter o inquérito ativo. Um deles é o fato de que as eleições de 2026 serão comandadas por Kassio Nunes Marques no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Embora não se espere que Nunes Marques favoreça diretamente o “bolsonarismo”, diz o jornal, há a percepção de que sua atuação pode ser menos enfática que a de Moraes e da ministra Cármen Lúcia.

A reportagem da Folha de S.Paulo ouviu sete ministros do STF, advogados com trânsito na Corte e pessoas próximas a Moraes. O consenso entre essas fontes é de que a prorrogação do inquérito se tornou um caminho provável, especialmente diante da instabilidade política que deve marcar os próximos meses. (Foto: STF; Fonte: Folha de SP)

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