Djelany Machado, irmã da ministra do Turismo de Lula (PT), Daniela Carneiro (União Brasil), foi presenteada por um empresário que venceu uma licitação suspeita na cidade de Belford Roxo (RJ) em 2018, segundo o MPRJ (Ministério Público do Rio de Janeiro). O responsável pelo contrato era o prefeito da cidade, Wagner dos Santos, o Waguinho, marido da ministra.
As informações são do portal Metrópoles, divulgadas pelo jornalista Rodrigo Rangel em sua coluna, nesta quarta-feira (4). “A descoberta surgiu durante uma apuração na qual o MP concluiu que Waguinho era o chefe de uma quadrilha que teria desviado R$ 14 milhões dos cofres públicos. A investigação envolvia supostas irregularidades na contratação de empresas para a prestação dos serviços de coleta e destinação de lixo em Belford Roxo”, diz a reportagem.
O “presente” a Djelany, segundo o MP, foi uma forma de agradar Waguinho (o marido da Ministra) por um favor que permitiu à firma ganhar o contrato. O prefeito, dizem os investigadores, forjou a licitação que levou à escolha da empresa. O contrato, de acordo com a denúncia, foi superfaturado.
“adquiriu um veículo Corolla (…) transferindo-o, em contrapartida, como presente, à Djelany Mote de Souza Alves Machado, irmã da esposa do prefeito Wagner dos Santos Carneiro, a Sra. Daniela Mote de Souza Carneiro, tornando-se clara a divisão dos valores superfaturados, em proveito próprio e também dos agentes políticos”, diz a denúncia do MP revelada pelo Metrópoles.
“Daniela do Waguinho foi escolhida por Lula para ser ministra do Turismo como parte de uma negociação com o União Brasil, partido formado a partir da fusão do DEM com o antigo PSL de Jair Bolsonaro”, diz Rangel. O colunista também afirma que procurou a Ministra e sua irmã para comentarem a notícia, mas que não teria tido resposta.
“Inimigos”
Reportagem do Estadão, também desta quarta-feira (4), mostra uma conversa por aplicativo de mensagem da Ministra do Turismo, Daniel Carneiro, em que ela afirma que está sendo “queimada” por “inimigos”. A troca de mensagens foi registrada por fotografia, de longe, durante presença da ministra da cerimônia de posse no cargo de Marina Silva, que retornou ao Ministério do Meio Ambiente.
“Em outra mensagem, a ministra, conhecida como Daniela do Waguinho, admitiu o desconforto com o noticiário, que revelou a participação da família do miliciano Juracy Alves Prudêncio, o Jura, em campanhas políticas dela e na gestão do marido, o prefeito de Belford Roxo, Wagner Carneiro, o Waguinho”, diz o Estadão.
Ex-policial militar, Jura foi condenado e preso por chefiar uma milícia há quatro anos. Mesmo assim, já ocupou cargo na prefeitura do município na Baixada Fluminense, enquanto a mulher dele Giane Jura, foi cabo eleitoral da ministra, em 2018 e 2022.
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