A Argentina decidiu instalar uma cerca de arame de 200 metros na fronteira com a Bolívia, numa resposta às novas políticas de imigração inspiradas pelo ex-presidente americano Donald Trump, com quem o presidente argentino Javier Milei se alinha.
A construção ocorrerá na cidade de Aguas Blancas, na província de Salta, ao norte do país, que faz divisa com a cidade boliviana de Bermejo. Aguas Blancas tem uma população entre 3 mil e 4 mil pessoas.
O governo local alega que a medida busca controlar uma situação onde cerca de 15 mil pessoas “andam pelos telhados das casas” para realizar compras ilegais e cruzar a fronteira sem fiscalização.
“Para evitar essa situação, fomos uma barreira. Isso é tudo. Não sei por que há tanta confusão contra esse arame”, afirmou Adrián Zigarán, representante do governo nacional na região, em entrevista à rádio argentina Mitre.
De acordo com o Censo Argentino de 2022, o país, com 45 milhões de habitantes, abriga aproximadamente 2 milhões de imigrantes. Desse total, mais de 60% vêm de nações sul-americanas, com destaque para paraguaios, bolivianos, venezuelanos e peruanos.
A cerca de arame, com 200 metros de extensão e 2,5 metros de altura, será erguida desde o terminal de ônibus de Aguas Blancas até o escritório regional do departamento de Imigração.
Segundo o governo, o objetivo é “evitar que as pessoas passem de modo ilegal na fronteira”. Atualmente, existe um muro na área para prevenir inundações, mas, conforme explicou Zigarán, a população o utiliza para saltar e entrar no país sem passar pelos controles alfandegários.
A decisão da Argentina causou uma reação do governo boliviano. Em comunicado oficial, o Ministério de Relações Exteriores da Bolívia expressou preocupação com a iniciativa de instalar uma barreira na fronteira.
“Os assuntos fronteiriços devem ser tratados por meio de mecanismos de diálogo bilaterais estabelecidos entre os Estados para encontrar soluções coordenadas a temas comuns. Qualquer medida unilateral pode afetar a boa vizinhança e a convivência pacífica entre os povos irmãos”, expressou o comunicado oficial.
A Bolívia solicitará, através dos canais diplomáticos, informações detalhadas sobre a iniciativa argentina, reiterando que “continuará apoiando o diálogo construtivo como via para solucionar os assuntos de comum interesse”. Em resposta à manifestação boliviana, Zigarán ironizou: “Que bom que agora eles estão preocupados.”. E mais: Colinas misteriosas dão pistas sobre superfície de água em Marte, apontam estudo. Clique AQUI para ver. (Foto: reprodução redes sociais; Fonte: UOL)