O governo argentino, liderado pelo libertário Javier Milei, surpreendeu o setor agrícola ao anunciar, nesta quinta-feira (23), uma diminuição provisória dos tributos de exportação para o agronegócio e a extinção definitiva das taxas para economias de alcance regional, como açúcar, algodão e arroz.
A partir de segunda-feira e até 30 de junho, produtos como soja e seus subprodutos, milho, trigo, cevada, girassol e sorgo terão uma redução significativa em seus impostos, proporcionando um respiro ao setor.
“Queremos mostrar ao campo que estamos atentos, que não somos indiferentes, de alguma maneira é um demonstrativo de solidariedade, de justiça”, afirmou o Ministro da Economia, Luis “Toto” Caputo.
| Produto | Imposto atual (em %) | Novo imposto (em %) |
|---|---|---|
| Soja | 33 | 26 |
| Derivados de soja | 31 | 24 |
| Milho e trigo | 12 | 9,5 |
| Cevada | 12 | 9,5 |
| Girassol | 7 | 5,5 |
| Sorgo | 12 | 9,5 |
Caputo, arquiteto do plano econômico ortodoxo de Milei, destacou a grave situação enfrentada pelo setor devido à seca histórica de 2023 e à queda nos preços globais das commodities. “Adoraríamos poder eliminar a zero e de forma permanente as tarifas, mas isso exigiria um superávit de US$ 8 bilhões, que hoje não temos.”
“Este é um governo que veio para diminuir impostos, tirar a mão do Estado da cabeça do setor privado. Mas, como uma consequência do desastre herdado, precisamos de superávits fiscais para fazer isso”, continuou Caputo, durante a conferência em Buenos Aires.
Em 2024, a Argentina alcançou um superávit comercial recorde de US$ 18,9 bilhões, segundo dados oficiais revelados no início desta semana, refletindo o primeiro ano sob a administração Milei. Esse valor superou o anterior recorde anual de US$ 16,89 bilhões, registrado em 2009.
Com a implementação de políticas de Milei, a inflação caiu de 25,5% em dezembro de 2023, quando o libertário assumiu a presidência, para 2,7% no último dezembro.
Animado pelo retorno do aliado Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, Milei chegou ao Fórum Econômico de Davos com um discurso contundente, focado em sua agenda econômica e em sua defesa da guerra cultural.
A Argentina é a principal exportadora mundial de óleo e farelo de soja, e a terceira em milho. No entanto, uma nova temporada de seca, agravada por um intenso calor, fenômeno cada vez mais comum, tem alarmado os produtores.
Um relatório da Bolsa de Comércio de Rosário, divulgado pouco antes do anúncio governamental, indicou que, devido à escassez de chuvas, 55% da área de cultivo de soja está em condições que variam de regulares a ruins. E mais: Tarcísio critica governo Lula e afirma que “Brasil não está bem”. Clique AQUI para ver. (Foto: EBC; Fonte: Folha de SP)
