Uma reportagem exclusiva da coluna de Paulo Cappelli, no portal Metrópoles, revelou os bastidores da entrega da intimação do Supremo Tribunal Federal (STF) a Jair Bolsonaro, feita quando o ex-presidente ainda se encontrava em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), no Hospital DF Star, em Brasília.
O episódio ocorreu após o ex-mandatário passar por uma cirurgia delicada, e foi marcado por tentativas de Michelle Bolsonaro de adiar o procedimento judicial.
Segundo o colunista, antes que a oficial de Justiça tivesse acesso ao quarto da UTI, Michelle Bolsonaro fez um apelo à servidora do Judiciário. Ela ponderou que o marido ainda se recuperava da operação e questionou se a intimação poderia ser assinada em outro momento, quando o ex-presidente já não estivesse mais hospitalizado.
Conforme a reportagem, a oficial de Justiça respondeu: “Isso não depende da minha vontade. Estou aqui só cumprindo ordens. Não posso fazer nada”.
Apesar da resistência inicial, segundo o colunista, a servidora conseguiu autorização para entrar na UTI e colher a assinatura de Bolsonaro, dando início ao prazo de cinco dias para que a defesa do ex-presidente se manifeste na ação penal em que ele é acusado de tentativa de golpe de Estado.
Durante a conversa com a oficial, ainda segundo Cappelli, Bolsonaro demonstrou insatisfação com o prazo, afirmando que, mesmo hospitalizado, terá que elaborar sua defesa com o advogado em tempo reduzido.
Como mostra a reportagem, Michelle relatou a pessoas próximas que o episódio provocou um pico na pressão arterial do ex-presidente. De acordo com ela, os níveis, normalmente em 13 por 8, subiram para 18 por 9 no momento da visita da oficial. A ex-primeira-dama, ainda conforme a coluna, guarda fotos da cirurgia no celular e as mostrou a aliados para ilustrar a complexidade do procedimento.
Segundo o colunista, o caso gerou indignação entre aliados do ex-presidente, e há quem defenda que o episódio seja denunciado a tribunais internacionais como exemplo de violação de direitos humanos.
A alegação seria de que Alexandre de Moraes, relator do inquérito no STF, estaria extrapolando suas competências ao exigir a assinatura de Bolsonaro naquele contexto.
Por outro lado, como traz a coluna, o Supremo argumenta que se o ex-presidente estava em condições de aparecer em transmissões ao vivo — como lives feitas dias antes — também estaria apto a assinar um documento judicial.
A repercussão do caso ocorre em meio a uma série de desdobramentos do chamado “inquérito do golpe”, em que Bolsonaro é acusado de articular uma tentativa de ruptura institucional após o resultado das eleições de 2022. E mais: Bolsonaro torna público momento em que é intimado pela Justiça em quarto de UTI. Clique AQUI para ver. (Foto: reprodução vídeo; Fonte: Metrópoles)