Mercadante sobre ‘desavença’ com Haddad: “não peça para deixar de dizer o que pensamos”

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Apesar de negar qualquer tipo de desavença, o fato é que Aloizio Mercadante mandou um recado ao ministro da Fazenda Fernando Haddad. Membro da chamada ‘velha guarda petista’, o presidente do BNDES participou da abertura da conferência Estratégias de Desenvolvimento Sustentável para o Século XXI, que reúne especialistas no tema até esta terça-feira (21), na sede do banco.

O evento ocorre no momento em que o Ministério da Fazenda acerta os detalhes finais da proposta da nova regra fiscal. O texto foi apresentado na semana passada a Lula, a quem Haddad disse que caberia a aprovação.

“Estamos aguardando o novo arcabouço fiscal. O ministro Haddad pode esperar de mim e do banco total lealdade e parceria, ao contrário das especulações que são publicadas. Não estamos aqui por outra razão. Não tem expectativa de substituir ninguém, muito menos de competir”, disse Mercadante.

“Agora, não nos peçam para deixar de dizer o que nós pensamos para ajudar o governo a acertar, a encontrar o melhor caminho, a buscar as melhores práticas. É para isso que estamos aqui”, completou.

Cerca de um mês atrás, quando o evento de hoje foi anunciado, foi levantada a hipótese na própria imprensa especializada se isso não seria uma forma de busca por protagonismo do BNDES com o Ministério da Fazenda na discussão da reforma fiscal do país, que deve substituir alterar (ou acabar) com o teto de gastos. Mercadante disse que não e confirmou que a nova proposta caberia mesmo à pasta comandada por Haddad (PT). Entretanto, deixou no ar a questão sobre ‘dizer o que pensa’.

Não é o ‘momento’
O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) também disse que este não é o momento para vender participações societárias. Segundo ele, a venda de ativos só deve ser feitas em uma conjuntura em que eles estejam valorizados. Só não explicou quando imagina que isso possa acontecer.

“Não é o momento agora. O momento é uma crise internacional. As ações da Bolsa, em geral, caíram, as economias mundial e brasileira não conseguem fazer IPO [oferta pública de ações], lançar títulos para financiar”, explica Mercadante. “Se houver desinvestimento, faremos com toda prudência”.

Ele afirmou que os investimentos do BNDESPar, o braço de participações societárias do banco, foram recursos bem aplicados, crescendo, segundo ele, mais que o dobro do Ibovespa de 2000 até hoje. Mercadante disse acreditar, no entanto, que não há motivo para que o BNDES seja acionista de “empresas maduras”.

Durante seu discurso, Mercadante também afirmou que o BNDES não pode mais ser usado como fonte de financiamento do Tesouro. “Não é esse o papel do banco. É financiar a economia, o pequeno empresário, a indústria, o crescimento, a geração de emprego”.

A lista de presentes na plateia do seminário do BNDES incluiu economistas, empresários e políticos, como a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e o ex-ministro da Fazenda Pedro Malan. O evento termina nesta terça (21).


Fontes: Agência Brasil; Folha de SP; Agência Brasil
Foto: Agência Brasil

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