Marinha do Brasil realiza maior exercício em Defesa Nuclear, Biológica, Química e Radiológica da história

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Após uma semana de intensos treinamentos, terminou na última sexta-feira (26) o maior treinamento nuclear, biológico, químico e radiológico realizado na região de Iperó (SP).

O exercício foi coordenado pelo Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP) e pelo Centro de Defesa Nuclear, Biológica, Química e Radiológica da Marinha do Brasil (CdefNBQR-MB) e contou com a participação de diversas unidades da Força de Fuzileiros da Esquadra (FFE) e da Agência Naval de Segurança Nuclear e Qualidade (AgNSNQ), que utilizou o Sistema do Centro de Acompanhamento de Respostas a Emergência Nucleares e Radiológicas Navais (SISCARE), possibilitando o acompanhamento em tempo real de todos os eventos realizados.

O Centro de Defesa Nuclear, Biológica, Química e Radiológica da Marinha do Brasil (CDefNBQR-MB) foi inaugurada em 28 de abril de 2015 e é subordinada ao Comando-Geral do Corpo de Fuzileiros Navais. O órgão é responsável pelas diretrizes da área para toda a Marinha. Alguns de seus objetivos a uniformização de procedimentos e doutrinas no âmbito de todo o Sistema de Defesa desse setor da Marinha, além atuar na mitigação dos efeitos desses agentes por ocasião de acidentes/incidentes envolvendo vítimas militares e/ou civis.

O treinamento visou aprimorar a capacidade de resposta integrada a emergências no Centro Experimental Aramar (CEA), bem como reuniu os diferentes níveis e setores do Sistema de Defesa NBQR da MB, em prol da manutenção da segurança do Complexo em que são desenvolvidas as etapas do Programa Nuclear da Marinha (PNM).

O PNM é desenvolvido por civis e militares das diferentes organizações da Diretoria Geral do Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha (DGDNTM).

Participaram do treinamento 600 militares de diversos setores da Marinha, batalhões de Defesa NBQR do Rio de Janeiro e de Aramar, Unidade Médica Expedicionária da Marinha (UMEM), Batalhão de Blindados de Fuzileiros Navais (BtlBldFuzNav), Batalhão de Operações Especiais de Fuzileiros Navais (BtlOpEspFuzNav), Comando Naval de Operações Especiais (CoNavOpEsp), entre outros.

Para o Diretor do CTMSP, Vice-Almirante (Engenheiro Naval) Guilherme Dionizio Alves, o exercício marcou uma importante mudança de paradigmas no que diz respeito à segurança e proteção das pessoas e instalações do CEA “a participação do CFN é essencial para tratarmos a questão do ‘Safety and Security’. Esse evento mostrou que é possível operarmos de maneira bem-sucedida com diversos setores em prol do PNM”, destaca.

Segundo o Mestre em Tecnologia Nuclear Ricardo Gonçalves Gomide, assessor para o ciclo de combustível nuclear e coordenador do Plano de Emergência Local de Aramar, “culturas operacionais distintas trabalharam em harmonia e fizeram exercícios complexos sem nenhum incidente ou conflito, mostrando assim suas capacidades técnicas”.

Para Gomide, a troca de experiências foi o grande ganho do exercício “o aprendizado foi geral, nós (civis) aprendemos técnicas, mecanismos, dispositivos e infraestruturas de combate a emergências, assim como os militares da FFE verificaram os recursos disponíveis em Aramar, de forma operacional e não apenas como uma visita”.

Complexo Experimental de Aramar
No CEA funcionam sete unidades de operação, dentre eles o Laboratório de Geração Nucleoelétrica (LABGENE) – concebido como um protótipo em terra dos sistemas de propulsão que serão instalados no futuro Submarino Convencional com Propulsão Nuclear Brasileiro – e a Usina de Hexafluoreto de Urânio (USEXA), onde é convertido o minério beneficiado de urânio (yellow cake) em hexafluoreto de urânio (UF6) gasoso, que é uma das principais matérias-primas para a produção do combustível nuclear.

Os tipos de emergências que podem ocorrer no Complexo vão desde as industriais (vazamentos de substâncias químicas) até as radiológicas (disseminação de material radioativo) e nucleares (fissões nucleares).

Durante o exercício, foram simulados cinco grandes eventos que possibilitaram uma gama de treinamentos com foco na segurança da área, de pessoal e instalações. Assim, foram planejadas ações de patrulhamento ostensivo, a pé e com viaturas blindadas PIRANHA IIIC; controle de distúrbios com o emprego de armamentos menos letais; operações de vigilância e reconhecimento com aeronaves remotamente pilotadas (ARP); e planejamento de defesa antiaérea com reconhecimento de posições de tiro para os mísseis superfície-ar.

Equipes especializadas em Desativação de Artefatos Explosivos (DAE), do Batalhão de Engenharia de Fuzileiros Navais, realizaram operações com o apoio do robô de desativação operado remotamente “Rover Defender”. A UMEM estabeleceu uma Unidade Avançada de Trauma (UAT), conectada via satélite ao Hospital Naval Marcílio Dias, pelo recurso da telemedicina. Cães de guerra foram empregados em atividades de polícia e de detecção de explosivos e entorpecentes. Análises de amostras foram coletadas e enviadas ao Laboratório Móvel do CDefNBQR-MB.

O CoNavOpEsp estabeleceu um destacamento de Defesa Cibernética e o BtlOpEspFuzNav desenvolveu ações de retomada de instalações e resgate de reféns com o Grupo Especial de Retomada e Resgate. O Batalhão Logístico de Fuzileiros Navais e a Base de Fuzileiros Navais da Ilha das Flores asseguraram o deslocamento e a montagem de base expedicionária para 500 militares e cerca de 50 veículos trazidos do Rio de Janeiro.


Fonte e fotos: Marinha do BRasil


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