A área afetada por incêndios no Brasil mais que dobrou no primeiro semestre deste ano. Segundo um levantamento inédito do MapBiomas divulgado nesta sexta-feira (12), cerca de 4,48 milhões de hectares foram destruídos pelo fogo entre janeiro e junho de 2024. Esse número representa um aumento de 119% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando a área queimada foi de 2,08 milhões de hectares.
De acordo com o monitoramento, 66% das queimadas ocorreram na Amazônia, com 2,97 milhões de hectares atingidos.
O Cerrado também foi duramente afetado, com 947 mil hectares queimados, um aumento de 48% em relação ao mesmo período de 2023, tornando-se o segundo bioma mais afetado.
No Pantanal, 468 mil hectares foram destruídos pelo fogo, com 370 mil hectares queimados apenas em junho, o que representa 79% do total no bioma durante o semestre e a maior área já registrada pelo Monitor do Fogo.
“No início de 2024, observamos uma concentração significativa de incêndios na Amazônia, especialmente nas áreas de vegetação campestre de Roraima. Este estado, diferentemente do restante do bioma, enfrenta um período de seca nos primeiros meses do ano. Esse fenômeno foi intensificado pelas condições climáticas mais secas resultantes do El Niño, criando um ambiente propício para o alastramento do fogo, com desafios adicionais de controle e mitigação”, afirmou Felipe Martenexen, pesquisador do IPAM responsável pelo mapeamento da Amazônia no Monitor do Fogo, em reportagem da Globo.
O Monitor do Fogo do MapBiomas também revelou que, no primeiro semestre de 2024, os estados que lideraram em áreas queimadas no Brasil foram: Roraima, com 2 milhões de hectares queimados (44% do total nacional afetado pelo fogo); Pará, com 535 mil hectares; e Mato Grosso do Sul, com 470 mil hectares. Juntos, esses três estados representaram 67% da área total destruída pelas chamas durante o semestre. Veja mais abaixo!
QUEIMADAS NO BIOMAS BRASILEIROS | Estudo mostra agravamento da situação no primeiro semestre de 2024 https://t.co/tEwJn66ijl #JH pic.twitter.com/19kIkavzVX
— Jornal Hoje (@jornalhoje) July 12, 2024