Após a polêmica eleição presidencial de julho de 2024, Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, anunciou em 15 de janeiro de 2025 que o país realizará 10 eleições ao longo do próximo ano.
O calendário inclui pleitos para escolher governadores, prefeitos, legisladores, membros de conselhos municipais, além de plebiscitos e um referendo que pode alterar a Constituição.
“Este ano teremos 10 eleições. Ou começamos logo ou não teremos tempo. Ontem foi criada uma mesa de diálogo com os 38 partidos políticos que participaram da eleição de julho passado. Todos estiveram presentes”, declarou Maduro, enquanto enfrenta a contestação da oposição e a falta de reconhecimento de sua posse pela comunidade internacional.
A oposição, juntamente com organizações de observação, como o Centro Carter, tem denunciado a falta de transparência no processo eleitoral, além da ausência de condições equitativas para os candidatos opositores.
A revelação dos planos para o ano de 2025 foi feita durante o discurso anual de Maduro na Assembleia Nacional, onde ele pediu que todos os partidos se preparem para participar dessas eleições e ajudar a restaurar a “normalidade democrática” do país.
Além das eleições, o presidente venezuelano revelou a realização de seis consultas nacionais, com a primeira marcada para o dia 2 de fevereiro, data que marca o aniversário da chegada de Hugo Chávez ao poder, em 1999. Essas consultas populares, segundo Maduro, abordarão questões como projetos para a juventude e para a cultura.
“Todos os anos, cumprimos a obrigação constitucional de realizar eleições para todos os poderes. E quando não há eleições, nós as inventamos”, afirmou o presidente, referindo-se ao controvertido referendo de 2023 sobre o território de Essequibo, disputado com a Guiana.
Maduro também indicou que um referendo constitucional deve ocorrer ainda neste ano, com o objetivo de realizar “uma grande e poderosa reforma da Constituição para ampliar a democracia, definir o perfil da sociedade a ser construída e estabelecer as bases de uma nova economia”.
Durante o evento, o presidente assinou um decreto para a criação de uma comissão nacional que será responsável por elaborar a proposta de reforma constitucional. A comissão será presidida por Tarek William Saab, procurador-geral do país e figura de destaque no governo de Maduro. Saab, que teve um papel importante na Assembleia Constituinte de 1999, redigindo a atual Constituição, foi escolhido pelo presidente devido à sua experiência e por ser considerado “defensor dos Direitos Humanos”.
Maduro ainda informou que a comissão será composta por comitês de consulta que incluirão venezuelanos que migraram para o exterior – um número que já ultrapassa os 7 milhões nos últimos dez anos. E mais: Lula irritado e vídeo implacável de Nikolas: bastidores da ‘crise do Pix,’ que culminou na revogação da medida. Clique AQUI para ver. (Foto: reprodução vídeo; Fonte: CNN)