Dividindo palco, Lula e Zema trocam farpas em MG

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Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), protagonizaram um embate público nesta quarta-feira (12) durante um evento no estado mineiro.

A divergência girou em torno do tamanho das equipes de governo, em um confronto de ideias que marcou a cerimônia de inauguração do Centro de Desenvolvimento de Tecnologia Híbrida Flex da Stellantis, em Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte.



Em seu discurso, Zema defendeu a estrutura enxuta de seu governo, destacando o número reduzido de secretarias. “Apesar de sermos o segundo estado mais populoso do Brasil, somos o que tem o menor número de secretarias, 14.

Mas, para um time ganhar campeonato, não precisa colocar 20, 30 jogadores”, afirmou o governador, ao lado de Lula, enquanto visitavam uma fábrica automotiva. A crítica velada contrasta com os 38 ministérios do governo federal, uma quantidade que o partido Novo, de Zema, frequentemente aponta como exemplo de inchaço na administração pública.



Lula, ao tomar a palavra, respondeu com firmeza, enfatizando que o foco não deve estar na quantidade, mas na competência de sua equipe.

“O importante não é discutir se você tem um ou dez, o importante é discutir a qualidade das pessoas que você tem, dos compromissos que as pessoas têm”, declarou o presidente. Ele foi além, destacando sua visão sobre os critérios de escolha: “Não quero só um cara formado em filosofia, engenharia, formado em qualquer coisa. É muito importante o diploma, mas quero antes de tudo pessoas que tenham sensibilidade no coração para entender o problema da sociedade brasileira.”



O evento marcou o primeiro encontro presencial dos dois líderes após recentes tensões envolvendo a dívida dos estados, tema que já havia gerado atritos. Nas visitas anteriores de Lula a Minas, Zema optara por enviar seu vice, Mateus Simões (Novo), em seu lugar.

Desta vez, compartilharam o palco, mas o clima de cordialidade foi abalado por provocações do petista sobre o desempenho econômico. “Precisou eu voltar à Presidência para que a economia voltasse a crescer. Ela não crescia há quanto tempo? O Zema não lembra há quanto tempo a economia não crescia 3%. Nem o Zema, nem os economistas”, alfinetou Lula, enquanto Zema, ao fundo, balançava a cabeça em sinal de desacordo.



A troca de indiretas evidenciou as diferenças de visão entre o presidente, que lidera um governo com ampla estrutura ministerial, e o governador, defensor de uma gestão mais compacta, em um embate que reverberou entre os presentes na inauguração e anunciou novas contratações da Stellantis.

 



 

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