Em entrevista à Rede TV!, nessa quinta-feira (2) à noite, Lula (PT) voltou a criticar a autonomia do Banco Central, medida adotada pelo governo Bolsonaro para blindar o órgão de medidas populistas.
O petista subiu o tom e disse que vai “esperar esse cidadão terminar o mandato para avaliar o que significou a independência do BC”, referindo-se ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. “O que acontece é que a gente conversava. Este país está dando certo? Este país está crescendo? O povo está melhorando de vida? Não. Então, eu quero saber de que serviu a independência. Eu vou esperar esse cidadão [Campos Neto] terminar o mandato dele para a gente fazer uma avaliação do que significou o Banco Central independente”, disse.
O ‘sujeito’, a quem Lula se refere, também foi escolhido o ‘presidente do ano’ dos Bancos Centrais na América Latina, em 2022.
Assim, Lula indica ao mercado, mais uma vez, que tentará mudar a autonomia do Banco Central (BC) após o término do mandato de Campos Neto, que fica no cargo até o fim de 2024. Ele também voltou a criticar o atual patamar da taxa básica de juros, a 13,75% ao ano, e a meta de inflação, de 3,25%. As declarações foram dadas ao jornalista Kennedy Alencar, da RedeTV! e do portal UOL.
A autonomia do Banco Central foi estabelecida por lei apenas em 2021, durante o governo Bolsonaro. O presidente da instituição tem um mandato fixo de quatro anos, não coincidente com o do presidente da República. Lula chamou a atual regra de “bobagem”.
“Eu acho que eles [os presidentes da Câmara e do Senado] imaginavam que, fazendo o Banco Central autônomo, a economia voltaria a crescer, os juros abaixariam e tudo ia ser maravilhoso. O Brasil precisa voltar a crescer. Não existe nenhuma razão para a taxa de juros estar em 13,75%”, afirmou, emendado: “O que está na pauta é a questão da taxa de juros”.
Para completar, Lula (PT) voltou a criticar a meta de inflação: “Então, ele [Campos Neto] quer chegar à inflação padrão europeu? Não. Nós temos que chegar à inflação padrão Brasil. Uma inflação de 4,5% no Brasil, de 4%, é de bom tamanho se a economia crescer. Agora, você faz uma meta que é ilusória, você não a cumpre, e por conta disso, você fica prejudicando o crescimento do País”, afirmou.