Lula diz “eleito fui eu” ao responder sobre autonomia do Ministro da Economia

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Lula (PT) disse hoje (2) que o ministro responsável pela economia terá a “autonomia necessária”, mas que é “preciso lembrar” que ele foi o eleito. Isso é o completo oposto do que sempre defendeu o presidente Jair Bolsonaro, que chamava Paulo Guedes de “Posto Ipiranga”, tamanha era sua autonomia nas questões econômicas. O resultado, como se viu em quatro anos, foi exitoso.

“As pessoas têm que saber que ganhei essas eleições para governar para as pessoas mais humildes desse país”, disse Lula na primeira entrevista coletiva que concedeu na sede do governo de transição, no Centro Cultural Banco do Brasil, em Brasília. Em virtude disso, Lula afirmou que as maiores decisões na área econômica terão sempre sua “participação”. A fala gera insegurança em relação ao caminho político-econômico do Brasil em um governo petista. Além disso, o cotado para o cargo é o ex-ministro da educação Fernando Haddad, a quem o mercado torce o nariz.

Uma das medidas destacadas por Lula na área econômica como “inegociável” é o aumento real do salário mínimo atrelado ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), política que já vigorou nos governos petistas anteriores. “Não adianta o PIB crescer 10% e o povo não participar disso”, disse o presidente eleito.

Entretanto, as experiências internacionais de boas práticas econômicas mostram que salário mínimo não cresce por meio de “canetadas” ou “atrelado” a um determinado índice. Crescimento real e sustentável de salário mínimo é dado exclusivamente por meio do próprio mercado. Aliás, em nações desenvolvidas sequer existe um “salário mínimo” mensal determinado pelo governo.

Mais ministérios
Lula disse já tentar 80% do ministério “na cabeça”, mas os nomes só sairão de lá após ser diplomado como presidente, em solenidade marcada para 12 de setembro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ele confirmou, contudo, que a Esplanada terá o número de ministério inchado. Serão 30 ministérios, o que significa 23% a mais do que atualmente.

“A base do meu ministério será a base que eu tinha no meu segundo mandato, acrescido do Ministério dos Povos Originários”, disse Lula. “A gente precisa dar um sinal de respeito à população indígena que vive no nosso país”, disse. Outra mudança definida pela equipe de transição é voltar a dividir a pasta de Economia em duas, retornando os ministérios da Fazenda e do Planejamento.

Outra confirmação feita por Lula foi a de que a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, não será ministra. Durante a coletiva de imprensa, ela esteve a todo momento ao lado do presidente eleito. Lula disse que a decisão é um reconhecimento pelo trabalho que ela vem desempenhando na liderança da sigla. “Ser presidente desse partido hoje é tão ou mais importante do que ser ministra”, disse.

Lula disse também que ainda deverá conversar com partidos menores e representantes de setores da sociedade que apoiaram sua eleição antes de anunciar o gabinete ministerial.

“Teto de Vidro”
Lula (PT) mostrou-se confiante na aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) enviada ao Congresso na segunda-feira (28) para modificar o orçamento. O texto propõe deixar quase R$ 200 bilhões fora do teto. O valor é tão alto que descaracteriza a Lei.

“O que me interessa é a PEC que nós mandamos e já foi conversada com várias lideranças, com os presidentes do Senado e da Câmara”, disse Lula ao ser questionado sobre o que poderia ser concedido pela aprovação do texto atual. “Se precisar negociar, nós sabemos fazer acordo”. No governo Bolsonaro, essa fala certamente seria usada para dizer que o governo havia “se vendido ao Centrão”.

Lula negou que esteja sendo incluído no texto a previsão de liberação do Orçamento Secreto. Ele disse ser a favor de emendas parlamentares, desde que tenha “transparência” e estejam de acordo com as diretrizes orçamentárias e as conveniências políticas do governo. “Do jeito que está não pode ficar, acho que todo mundo está convencido disso”, afirmou. Em julho deste ano, Lula classificou o “Orçamento Secreto” como “podridão”.

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Fonte: Agência Brasil
Imagem: Agência Brasil

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