“Artista, cinema e novela não são para ensinar putaria”, diz Lula em evento no RJ

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Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse ontem (19) que artistas, novelas e cinema não são “para ensinar putaria” e, sim, “cultura”. Segundo ele, não se pode ter medo do debate com críticos à arte. Deu as declarações em ato em homenagem ao Dia do Cinema Nacional, onde o petista anunciou R$ 1,6 bilhão para o setor audiovisual.

O evento foi realizado no Rio. “Eu sou da turma em que artista, cinema e novela não é para ensinar putaria. É para ensinar cultura. É para contar história, é para contar narrativas e não para dizer que nós queremos as crianças coisas erradas. Não, nós só queremos fazer aquilo que se chama arte. Quem não quiser entender o que é arte, dane-se”, afirmou.

“O que nós não podemos é ter medo de fazer esse debate. Muitas vezes aparece um maluco aí, falando bobagem, gritando bobagem, xingando bobagem e a gente fica quieto. Não, nós temos que defender o nosso direito”, declarou. Assista a seguir!

 

Luiz Inácio disse ainda ser necessário regulamentar os vídeos sob demanda (VOD, da sigla em inglês) e cobrou que o setor converse com os congressistas para que a legislação seja adequada para o tema. “É importante que a marcação seja homem a homem, mulher a mulher. Eu acho que a gente tem condições de fazer uma regulamentação para que esse país se torne um país livre, soberano e dono do seu nariz. Dono dos seus artistas, dono da sua arte e dono do nosso futuro”, continuou.

Programa
O governo federal vai gastar R$ 1,6 bilhão no setor audiovisual, com foco na produção de filmes e séries nacionais. O anúncio foi feito ontem (19), Dia Nacional do Cinema. A data é uma referência às primeiras imagens cinematográficas registradas no país, em 19 de junho de 1898, pelo cineasta Afonso Segreto.

Na cerimônia, Lula assinou o decreto que regulamenta a cota de tela em cinema. A Lei 14.814/2024 foi sancionada em janeiro deste ano e renova a determinação que salas de cinema devem exibir uma cota comercial de obras cinematográficas brasileiras até 31 de dezembro de 2033.

Uma alteração significativa trazida pela Lei nº 14.814/2024 é que a obrigatoriedade de cumprimento da cota de tela passa a ser determinada por número de sessões cinematográficas, e não mais por quantidade de dias fixos de exibição. Trata-se de mudança que consolida, em norma legal, os ‘estudos regulatórios’ da Ancine e as ‘discussões públicas’ para ampliar a ‘participação’ e o resultado dos filmes brasileiros nas salas de cinema.

Outra mudança relevante é a adoção de medidas que garantam a exibição de obras cinematográficas brasileiras de longa-metragem em sessões de maior procura, “com a finalidade de promover a autossustentabilidade da indústria cinematográfica, a valorização da cultura nacional e a participação dos filmes brasileiros no segmento de salas de exibição”.

A Agência Nacional do Cinema (Ancine) terá a responsabilidade de fiscalizar o cumprimento da lei, com a exibição dos filmes de forma proporcional durante o ano.

Lula aproveitou o evento para pedir também a regulamentação do setor de streaming, discussão que está no Congresso e prevê taxação de plataformas digitais. E para cobrar a valorização das produções audiovisuais brasileiras.

“Eu acho que a gente tem condições de fazer uma regulamentação para que esse país seja livre, soberano, dono do seu nariz, da sua arte e do seu futuro”, disse Lula. “Um país que não tem cultura, que não investe nela, o povo não é povo, é massa de manobra. Porque a cultura politiza e refresca a cabeça das pessoas. Por isso que acreditamos muito na cultura e investimos nela”.

Durante a cerimônia, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, anunciou uma linha de crédito direcionada especialmente para a indústria audiovisual: o BNDES FSA Audiovisual. Ela foi desenvolvida em conjunto com o Ministério da Cultura e a Ancine. O orçamento inicial é de R$ 400 milhões, com recursos do Fundo Setorial do Audiovisual.

O público-alvo são empresas de controle nacional e o intuito é aprovar projetos com valor mínimo de R$ 10 milhões em custo financeiro básico. Projetos de menor porte terão apoio por meio do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE).

Mercadante disse que o objetivo principal é ‘investir’ nos principais gargalos de produção e exibição: infraestrutura audiovisual, inovação e acessibilidade. “Vamos levantar o cinema brasileiro. Garantir tela para quem produz a alma e a história do povo brasileiro”, disse Mercadante. Veja abaixo imagens da solenidade. (Foto: Palácio do Planalto; Fontes: EBC; Poder360)

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