Ministro de Lula diz que trabalho por aplicativo “beira o trabalho escravo”

direitaonline
O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, durante encontro com dirigentes de centrais sindicais, no Palácio do Planalto.



O Ministro do Trabalho de Lula, Luiz Marinho, comparou o trabalho por aplicativos como escravidão. A fala de Marinho aconteceu durante cerimônia com representantes das centrais sindicais realizado no Palácio do Planalto, com a presença de Lula (PT).

“Nós acompanhamos a angústia dos trabalhadores de aplicativos, que muitas vezes têm que trabalhar 14h, 16h por dia para poder levar pão e leite para casa. Isso, no meu conceito de trabalho, beira o trabalho escravo”, disse Marinho.

Segundo uma pesquisa da Universidade Federal do Paraná (UFPR) de 2022, com dados referentes a 2021, o Brasil tem 1,5 milhão de trabalhadores por aplicativo, o que corresponde a cerca de 19 estádios do Maracanã lotados. São profissionais que realizam suas tarefas por meio de ações mecânicas, como entregadores de produtos, acionados por meio de aplicativos pelo celular. Os níveis de escolaridade variaram entre ensino médio completo e pós-graduação completa e a idade foi de 22 a 63 anos.

O ministro de Lula confirmou que, em 30 dias, serão instaladas duas equipes, uma para discutir a valorização da Organização Coletiva, e outra para regulamentar as condições dos trabalhadores de aplicativos.

Ele disse que o propósito será valorizar os trabalhadores e trazer proteção social. Como exemplo, citou acidentes de entregadores em motocicletas e bicicletas. “Quem o protege do perigo em que ele perde a capacidade de trabalho?”, questionou. O ministro se reunirá com representantes de centrais sindicais na quinta-feira (19), junto ao ministro da Previdência, Carlos Lupi. Assista abaixo ao discurso de Marinho!

Salário Mínimo
No mesmo evento, Lula instituiu grupo de trabalho para a elaboração de uma proposta que trata da ‘Política de Valorização do Salário Mínimo’, que trará uma fórmula de cálculo permanente para o piso nacional. Em encontro com cerca de 500 sindicalistas no Palácio do Planalto, o petista disse que o salário mínimo precisa subir de acordo com o crescimento da economia, em equivalência ao aumento do Produto Interno Bruto (PIB, soma de bens e serviços produzidos no país).

“É isso que tem que fazer para melhorar esse país. Não podemos continuar eternamente um país emergente, em via de desenvolvimento”, acrescentou.

O grupo foi criado a partir de um despacho assinado nesta quarta-feira pelo presidente e terá prazo de 90 dias para a conclusão dos trabalhos. Fazem parte os ministérios do Trabalho e Emprego, da Fazenda, do Planejamento e Orçamento, da Previdência Social, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, e a Secretaria-Geral e Casa Civil da Presidência. Segundo Lula, as centrais sindicais também serão ouvidas para a construção da proposta.

“Estou fazendo um convite para que o movimento sindical, representando os trabalhadores brasileiros, ajude o governo a construir uma nova relação entre capital e trabalho e uma nova relação de direitos para o povo trabalhador, porque nós merecemos ser tratados com respeito e com justiça”, disse Lula.

“O mundo do trabalho mudou, é preciso se modernizar, se reinventar a nível de (sic) estrutura sindical, por isso que vamos criar uma comissão de negociação com sindicatos, governo e empresários”, destacou.

E veja também: Planalto paga mais de R$ 216 mil para hotel em que Lula está hospedado. Clique AQUI para ver.


Fonte: Folha de SP; Agência Brasil; O Antagonista; Rede Brasil Atual
Foto: Agência Brasil

Gostou? Compartilhe!
Next Post

Lula critica independência do BC e meta de inflação

Em entrevista exclusiva à Globo News, nesta quarta-feira (18), Lula (PT) criticou a independência do Banco Central, adotada no governo Bolsonaro, e também a meta de inflação do órgão para este ano, estimada em 3,5%. “Nesse país, se brigou muito para ter um BC independente, que ia melhorar o quê? […]