Em livro, Janones relata uso de fake news contra Bolsonaro

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Em um livro no qual narra bastidores da disputa presidencial do ano passado, quando desistiu da própria candidatura para apoiar Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o deputado federal André Janones (Avante-MG) admite, na obra, ter divulgado mentiras deliberadamente com o intuito de “desestabilizar” Jair Bolsonaro (PL), principal adversário do petista.

Entre os episódios nos quais reconhece que compartilhou conteúdo falso, o parlamentar cita, por exemplo, as menções a um celular do ex-ministro Gustavo Bebianno, morto em março de 2020, e a fake news de que Fernando Collor ganharia um lugar na Esplanada em caso de vitória bolsonarista.

O jornal O Globo obteve a íntegra do livro, de 176 páginas, divididas em 12 capítulos com títulos como “Janones, eu autorizo”, “Tocando o gado” e “Influencer não, político”.

Uma das notícias falsas foi sobre o celular desaparecido de Gustavo Bebianno, o primeiro ministro que Bolsonaro demitiu mal tomara posse em 2019. Corriam rumores de que o celular guardava conversas comprometedoras entre Bebianno e Bolsonaro.

Janones diz que, apesar de jamais ter chegado perto do aparelho, insinuou nas redes sociais que havia tido acesso ao conteúdo para “atormentar” Bolsonaro. Horas antes de começar o último debate entre Bolsonaro e Lula, Janones escreveu: “Está tudo na mão do Pai, agora é com ele. Seja o que Deus quiser!’

Janones escreveu: “O que Jair Bolsonaro temia? Que eu tivesse entregado documentos sobre Gustavo Bebianno para Lula. Até eu me impressionava com minha capacidade de mexer com eles”.

Outra notícia falsa inventada por Janones: o ex-presidente Fernando Collor de Mello seria ministro de um eventual segundo governo de Bolsonaro. Foi em resposta a uma fala na qual Bolsonaro disse que se Lula vencesse, José Dirceu seria ministro.

“O ministro de Lula vai ser José Dirceu? Tá bom. Então o ministro da Previdência de Bolsonaro vai ser Collor. Simples assim. Ele realmente seria ministro de Bolsonaro? Eu sei lá. Mas uma vez que ele apoiou Bolsonaro, poderia muito bem ser. Ele iria confiscar benefícios como a aposentadoria? Não sei, mas ele confiscou as poupanças quando foi presidente”.

No caso ‘pintou o clima’, no qual a esquerda distorceu o contexto da fala do ex-presidente, Janones escreveu no livro: ““Segui provocando, alimentando a angústia deles [nas redes sociais], até que no dia 28 [véspera da eleição no segundo turno], finalmente publiquei no Twitter minha foto em frente ao letreiro de São Sebastião: ‘Missão cumprida: depoimentos, gravações, testemunhas e provas incontestes e irrefutáveis! Agora bora levar tudo para São Paulo porque a noite promete!’ Fiz eles de otários!”

Após a repercussão, Janones foi às redes sociais dizer que O Globo “mente” na reportagem em que, com base no livro, Janones fez fake news. Segundo o parlamentar, “na matéria em si, não existe menção a qualquer página do livro, nem tampoco uma fala minha entre aspas, onde eu teria dito que fiz uso de fake News.”.

Ou seja, o parlamentar relata histórias em livro em que ele inventa informações sobre um assunto aleatório, mas para Janones não é permitido a um veículo dizer que ele “assume” que fez fake news, porque esse termo não saiu da boca dele.

 

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Fontes: O Globo; Metrópoles
Foto: reprodução

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