Justiça argentina congela bens de líder de esquerda após denúncia do governo Milei

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A justiça argentina ordenou o congelamento dos bens de Eduardo Belliboni, um líder social de esquerda, acusado de fraude e desvio de assistência social. A medida faz parte de uma ofensiva do governo de Javier Milei contra o que ele chama de “negócio da pobreza”.

O juiz federal Sebastián Casanello solicitou o bloqueio dos bens de Belliboni, de 64 anos, que é uma figura importante da esquerda argentina e líder do movimento social trotskista ‘Polo Obrero’, conhecido por comandar manifestações contra o governo libertário de Milei.

Belliboni foi intimado pela justiça na segunda-feira (27) e deverá comparecer em junho diante do magistrado federal Casanello, junto com vinte líderes de cozinhas comunitárias e movimentos sociais que frequentemente gerenciam programas de assistência pública.

A intimação ocorreu após uma série de buscas realizadas em meados de maio, alinhadas com a intenção do governo de auditar a assistência social e investigar possíveis desvios. O governo alega que 47% das cozinhas comunitárias registradas para receber ajuda eram “fantasmas” ou não identificáveis.

Especificamente, no caso do Polo Obrero, documentos apresentados em tribunal pelos serviços governamentais indicam que apenas 30% dos 360 milhões de pesos (equivalente a R$ 2 milhões) administrados pela organização entre 2020 e 2023, no âmbito do programa de ajuda social “Potenciar Trabajo”, foram devidamente justificados.

Em resposta às acusações, o Polo Obrero divulgou um comunicado na quarta-feira (29), afirmando que os recursos foram “integralmente entregues ao Ministério do Desenvolvimento Social, no âmbito dos programas para os quais foram atribuídos”.

O documento acusa o governo de Milei de conduzir uma “política persecutória” contra organizações independentes e combativas. Belliboni declarou que “não temos nada a esconder” e considerou o caso uma “cortina de fumaça para esconder que a economia está em colapso” e que milhares de empregos estão sendo perdidos diariamente.

Nas redes sociais, Belliboni afirmou que o “governo está perseguindo as organizações que lutam contra a fome que o governo Milei e os governos anteriores trouxeram ao povo argentino”. Assista abaixo!

 

O governo de Milei, desde dezembro, implementou um severo programa de liberdade econômica que desacelerou a inflação crônica, acumulando 65% desde o início de 2024. No entanto, Milei alertou em seu discurso de posse que os primeiros anos seriam difíceis devido à situação deixada pelo governo anterior.

Belliboni afirmou que usará seu depoimento ao juiz para denunciar a imobilização, pelas autoridades, de 5 mil toneladas de ajuda alimentar que estão estocadas em armazéns há meses.

O juiz Casanello ordenou na segunda-feira a distribuição imediata desses alimentos, mas o governo, que interpôs um recurso, afirma que se trata de “reservas dedicadas a emergências e catástrofes”. E mais: Forças Armadas vão permitir alistamento militar feminino. Clique AQUI para ver. (Foto: reprodução redes sociais; Fonte: UOL)

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