As autoridades cubanas tomaram medidas firmes ao prenderem 17 indivíduos suspeitos de estarem envolvidos em uma obscura rede de tráfico de pessoas “operando a partir da Rússia”.
Esta organização, alegadamente, atrai e envia cubanos diretamente para o compor o exército russo que ocupada a Ucrânia.
“O Ministério do Interior detectou e está trabalhando para neutralizar e desmantelar uma rede de tráfico humano que opera a partir da Rússia para incorporar cidadãos cubanos que ali vivem, e mesmo alguns de Cuba, nas forças militares que participam em operações de guerra na Ucrânia”, afirmou o Ministério das Relações Exteriores de Cuba.
O regime caribenho indicou que não promove a participação de cubanos em ações militares no conflito entre a Ucrânia e a Rússia. “Cuba não faz parte do conflito de guerra na Ucrânia. Está agindo e atuará com vigor contra qualquer pessoa, do território nacional, que participe em qualquer forma de tráfico de pessoas para fins de recrutamento ou mercenarismo para que os cidadãos cubanos utilizem armas contra qualquer país”, acrescenta a nota.
As denúncias de recrutamento ilegal começaram a surgir em agosto, lançando uma sombra de preocupação sobre as famílias dos jovens envolvidos.
Marilin Vinent, mãe de Dannys Castillo, um dos jovens supostamente recrutados, compartilha sua angústia: “Perdemos completamente a comunicação com ele. Não tenho ideia se meu filho está bem ou, pior ainda, se ele está vivo. Todos eles foram enganados terrivelmente, iludidos com falsas promessas de trabalho na construção, movimentação de detritos ou logística obscura. Que tipo de logística é essa?”
A relação entre Rússia e Cuba, marcada por um acordo de livre trânsito, torna relativamente simples para os cubanos buscarem oportunidades de emprego na vastidão russa. No entanto, essa mesma facilidade se tornou uma armadilha fatal para muitos.
A investigação ganhou ímpeto após um vídeo postado por um blogueiro cubano no YouTube, apresentando os apelos desesperados de dois jovens que afirmam terem sido enganados pelos russos e levados para a linha de frente dos conflitos na Ucrânia.
De acordo com o influenciador digital, aos jovens cubanos foi prometido um futuro na Rússia, mas, em vez disso, foram coagidos a integrar as fileiras do exército russo, persuadidos a assinar contratos escritos em russo, idioma que eles não compreendem.
Os jovens relataram que foram levados de Cuba para a Rússia com a promessa de trabalhar como pedreiros, mas uma vez lá, foram levados para áreas de recrutamento militar.
“Nos fizeram assinar alguns documentos e prometeram salário e comida em troca de um emprego, mas a verdade é que nos levaram para trabalhar na zona de guerra”, disse Velázquez à rede de televisão América TeVe. “Estamos numa cidade que não conhecemos, numa situação em que não queremos estar”.
O Youtuber ainda revelou a existência de pelo menos 18 jovens cubanos nessa mesma situação angustiante, incluindo até mesmo alguns com cerca de sessenta anos de idade.
Até o momento, as autoridades russas permanecem em silêncio, sem fornecer qualquer comentário ou explicação sobre essas alegações alarmantes que abalam as relações entre os dois países.
Em maio, o portal de notícias russo Ryazan Gazette informou que os cubanos estavam combatendo em território ucraniano. Segundo a imprensa russa, os cubanos iriam receber um pagamento único do Kremlin e da província de Riazan, onde estavam os soldados, de cerca de US$ 5.000.
No início desse mês, o presidente russo, Vladimir Putin, emitiu um decreto que concede rapidamente a cidadania a estrangeiros que participem da campanha militar na Ucrânia.
O dispositivo presidencial estabelece que, para adquirir a cidadania russa por via expressa, os estrangeiros devem assinar um contrato de prestação de serviço militar de um ano. Mas as denúncias feitas pelos jovens ganharam mais destaque nos últimos dias, sobretudo porque elas apontam que foram levados para a Rússia acreditando em mentiras.
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