Jornal americano usa Brasil como exemplo de fracasso do protecionismo

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Em uma matéria publicada nesse sábado (12), o jornal norte-americano ‘The Wall Street Journal’ utilizou o Brasil como exemplo negativo ao abordar os impactos do protecionismo na economia.

Segundo o veículo, o modelo adotado por décadas no país contribuiu para a perda de competitividade da indústria e pode servir de alerta para os planos econômicos do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

“O Brasil oferece um vislumbre de um modelo econômico semelhante ao defendido por Donald Trump, que propôs impor as tarifas mais altas em décadas sobre quase todos os países”, afirma o artigo. O texto destaca que tarifas de importação elevadas, barreiras regulatórias e controles cambiais acabaram por encarecer produtos, inibir avanços tecnológicos e reduzir a eficiência da economia brasileira.

A reportagem apresenta exemplos práticos do impacto dessas medidas: um iPhone fabricado no Brasil custa quase o dobro do preço praticado nos Estados Unidos, e uma simples caixa de chá importado pode ultrapassar os US$ 50 no mercado nacional.

O jornal também recorda que, na década de 1980, a indústria representava 36% do Produto Interno Bruto brasileiro. Atualmente, esse percentual caiu para cerca de 14%. O recuo, segundo o WSJ, é consequência direta da política econômica protecionista implementada no país após a Segunda Guerra Mundial.

Maílson da Nóbrega, ex-ministro da Fazenda, ouvido pela publicação, afirmou que havia uma crença, no pós-guerra, de que elevar tarifas seria uma forma de fortalecer o setor industrial e garantir crescimento sustentável. “Uma aposta que fracassou”, ressaltou.

De acordo com o texto, caso os Estados Unidos adotem um modelo parecido, poderão enfrentar os mesmos problemas verificados no Brasil: redução da produtividade, prejuízos à eficiência econômica e aumento de preços para os consumidores.

Apesar da comparação, o Wall Street Journal pondera que o ambiente de negócios norte-americano ainda é favorecido por uma estrutura mais enxuta, com menor burocracia e sistema tributário menos complexo.

Nos últimos dias, diante da queda nos mercados, Trump recuou em algumas de suas propostas, incluindo uma trégua temporária de 90 dias antes da implementação de certas tarifas e a retirada de impostos sobre produtos tecnológicos, conforme anunciado na última sexta-feira.

A publicação conclui que, embora o protecionismo tenha sido útil em períodos de instabilidade global, ele também aprofundou distorções econômicas internas e contribuiu para o chamado “Custo Brasil”.

“O Brasil se amparou no consumo doméstico durante crises econômicas externas — dos choques do petróleo nos anos 1970 à crise financeira de 2008-2009. Mas também cultivou uma cultura de acomodação e protecionismo em tempos de bonança, o que acabou encarecendo os produtos para o consumidor”, afirma o texto. E mais: Denúncia de golpe: Moraes adota procedimento que ‘deixa lacuna’ para acusados. Clique AQUI para ver. (Foto: Palácio do Planalto; Fonte: O Globo; WSJ)

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