João Campos diz que ‘discurso ideológico da direita captura mais gente’

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Em entrevista ao Estadão, o prefeito de Recife, João Campos, refletiu sobre os resultados do primeiro turno das eleições, destacando que o discurso ideológico da direita muitas vezes captura mais eleitores que o da esquerda, por ser mais ligado à vida prática.

“Muitas vezes o discurso ideológico da direita captura mais gente do que o da esquerda. Por isso, acho que o caminho não é entrar nessas rotas ideológicas, mas focar no concreto”, afirmou Campos. Ele ressaltou a necessidade de a esquerda manter os pés no chão e ter um olhar lúcido para entender como disputar com sucesso grandes colégios eleitorais.

Apesar de sua observação, o prefeito deixou claro que essa não é uma convocação para abandonar convicções ideológicas, mas sim um reconhecimento de que os partidos que mais cresceram conseguiram adotar uma abordagem pragmática da realidade eleitoral.

“As pessoas esperam que os políticos tenham a capacidade de melhorar a vida delas, com gestão eficiente e de qualidade”, disse, advertindo sobre o risco de debates acalorados se afastarem das necessidades reais da população. Veja trechos da entrevista abaixo e clique AQUI para ver na íntegra. (Foto: EBC; Fonte: Estadão)

Os problemas das grandes cidades estão ficando muito parecidos?
E por que é isso? Na minha opinião, o principal ponto são os problemas urbanos. Então, se você pegar uma grande região metropolitana do Recife, Salvador, Fortaleza, por exemplo, você vai ter problemas no desafio de mobilidade, de segurança, de combate às drogas, de desafio de habitabilidade, de qualidade de vida são questões que se assemelham. Então, as pessoas querem que seus problemas sejam resolvidos e, muitas vezes, o discurso ideológico da direita captura mais gente do que o da esquerda. Por isso que eu acho que o caminho não é entrar nessas rotas ideológicas, é entrar na rota do concreto. Eu sou aqui o prefeito e a referência é na alfabetização, na educação integral, na expansão de vaga de creche, na formação, no emprego, na renda. Então, esse componente político das grandes cidades, a esquerda precisa ter o pé no chão e o olhar lúcido para ter um diagnóstico correto de como enfrentar as disputas eleitorais nos grandes colégios eleitorais.

O que você acha desse discurso de costumes?
É o que eu estou dizendo. Eu repito e deixo isso claro no início. Eu não quero aqui que as pessoas deixem de ter suas posições, mas você entende o seguinte. O que é mais importante numa cidade? Vamos lá. Eu tenho 105 mil alunos na nossa rede de ensino. Nós tínhamos 7 mil vagas de creche na cidade. Isso não chegava a 20% de cobertura. Em 40 anos foram feitas 7 mil vagas de creche. Eu, em 3 anos e meio, fiz 9 e 7 mil. E eu canalizar a minha força política para transformar isso numa realidade. Então, eu gasto minha energia com isso, porque isso muda a vida das pessoas. Se eu for aqui falar sobre a posição ideológica sobre droga, aborto, sobre fé, religião, eu acho que são posições que cada um pode ter a sua crença, mas que isso não vai mudar a vida de uma cidade. O que muda a vida da cidade é o trabalho e a entrega concreta.

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