Em artigo a jornal francês, Janja reclama que “homens fazem guerra, e mulheres sofrem consequência”

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A esposa de Lula (PT), Rosângela Lula da Silva, escreveu um artigo para o jornal francês ‘Le Monde’ nessa segunda-feira (31). No texto, ela critica os homens por “começar a guerra”. Ainda segundo a primeira-dama, são as mulheres, porém, que sofrem as consequências.

“Em maio, durante uma recente viagem a Hiroshima, no Japão, onde acompanhei o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em sua participação na cúpula do G7, pude visitar o Museu Memorial da Paz. A visão das ruínas deixadas pela explosão nuclear, rodeadas pelos edifícios da cidade reconstruída, é envolvente e obriga-nos a refletir sobre as graves consequências da guerra e as possíveis formas de as ultrapassar. Tal reflexão nos leva a uma constatação inevitável: são os homens que decidem fazer a guerra, e são as mulheres que sofrem as piores consequências.”, iniciou assim Janja seu raciocínio.

A primeira-dama aponta que os conflitos armados agravam as desigualdades econômicas, sociais, raciais e de gênero. Mulheres, meninas e crianças frequentemente pagam um alto preço durante e após as guerras. Seu papel socialmente construído muitas vezes coloca sobre seus ombros o peso de sustentar suas famílias e comunidades, bem como garantir a sobrevivência e futuro desses grupos.

“Defender a paz em todos os lugares não é apenas um dever moral, mas também uma obrigação política de todos os comprometidos com um mundo de equidade e justiça. Cada vez que um conflito armado irrompe, seja onde for, é a população já vulnerável que mais sofre. A guerra é um instrumento de perpetuação das desigualdades econômicas, sociais, raciais e de gênero.”.

Para Janja, nas regiões onde a violência é cotidiana, mulheres e meninas desempenham um papel crucial em manter alguma forma de normalidade e coesão social.

“Em regiões onde a violência faz parte do cotidiano, mulheres e meninas são responsáveis por manter uma forma de normalidade e, ao mesmo tempo, são as mais expostas aos diversos tipos de violência causadas pela guerra, inclusive a violência sistemática contra seus corpos.”

No entanto, elas também estão mais expostas a diversos tipos de violência causados pela guerra, inclusive a violência sistemática contra seus corpos. Apesar dos desafios, muitas dessas mulheres encontram maneiras de reconstruir suas comunidades após o conflito, tornando-se líderes ativos na defesa dos direitos humanos e ambientais.

Em contextos violentos, o trabalho dessas mulheres é essencial para garantir o acesso a direitos e serviços básicos que, muitas vezes, são restringidos nos momentos mais trágicos. Elas lutam para superar e prevenir conflitos, usando os poucos recursos políticos disponíveis a seu favor.

Janja conclui enfatizando a necessidade de envolver as mulheres ativamente nas discussões e tomadas de decisões sobre questões de conflito e paz, buscando um mundo mais equitativo e harmonioso.

“Em contextos violentos, o trabalho dessas mulheres garante o acesso a direitos e serviços, inevitavelmente cerceados nos momentos mais trágicos. Eles tentam superar e prevenir conflitos com os poucos meios políticos de que dispõem.”. Clique AQUI para ver o texto no Le Monde.


Foto: Agência Brasil

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